PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
SL. 4º, 432, 1-6 Anna Tenório casou em segundas com Pedro Fernandes, f.º do Capitão André Fernandes e Maria Nunes, por esta neto de Pedro Nunes e 1.ª mulher Izabel Fernandes, falecida em 1607. Faleceu em 1658 e teve (C. O. de S. Paulo):
2-2 André Fernandes Tenório, falecido em 1662.
2-3 Martim Rodrigues Tenório
2-4 Maria Nunes, casada com Domingos Marques
2-5 Anna Tenório, falecida em 1690, foi 1.º casada com Belchior Barreiros, natural de Braga, 2.ª vez foi casada com Fernão Álvares
2-6 João Tenório,
2-7 Antonia Fernandes, solteira com 20 anos em 1659.
2-8 Pedro Fernandes, com 12 anos em 1659.
2-9 Domingos Fernandes Tenório, com 10 anos em 1659,
2-10 Sebastião Fernandes, com 9 anos em 1659
Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Junqueira).
Faleceu Ana Tenório em 1659 e Pedro Fernandes em 1653.
André Fernandes, pai do inventariado, não foi filho de outro e Maria Paes, conforme consta na GP. Sua filiação deve ser procurada em outro lugar. Teve um segundo casamento com Isabel Dias, que dele herdou metade das terras de Guanga.
Pedro Fernandes foi morador no Ipiranga, por conta das fazendas que a família de sua mãe possuía neste lugar. Porém as terras de seu pai André Fernandes, ficavam em Guanga, aldeia indígena junto a Uruaí, reduto dos descendentes de João Ramalho. As terras de Guanga não podiam ser vendidas ou transferidas, conforme se vê numa petição negada a Henrique da Cunha, quando este tentou registrar título de terras neste lugar que pertenceram a Francisco Ramalho Tamarutaca, neto de João Ramalho.
Pedro Fernandes foi ativo sertanista, conforme demonstra o grande número de gentio que possuía de diversas procedências. Estava ausente quando do casamento de sua enteada Maria Folgado, razão pela qual Ana Tenório cuidou do dote, e depois muito se arrependeu, conforme desabafou em seu testamento.
Quanto aos filhos, acrescente-se as informações:
2-5 Ana Tenória quando casou com Belchior Barreiros era viúva de Francisco Gomes, já falecido na abertura do inventário da sogra. Este casamento não consta da GP.
Ana Tenória foi inventariada em 1690 (SAESP, não publicados, cx21, maço 13). Em seu testamento, muito corroído e apagado, também não cita este primeiro casamento.
2-7 Antonia, nascida por 1644, no decorrer do inventário é nomeada ora como Ana da Veiga ora Ana Rodrigues. Casou com Manoel Homem.
PEDRO FERNANDES
Inventário e Testamento
Vol 12, fls. 391
Data: 1653
Este inventário foi localizado em 1659 “depois da perdição do cartório”, já então sem a página inicial)
TESTAMENTO
15-5-1648
Em nome da Santíssima Trindade Padre Filho e Espírito Santo
Saibam quantos esta cedula de testamento virem que no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e quarenta e oito anos em os quinze dias do mes de maio neste Porto de Parapetingy estando para me embarcar a fazer uma viagem rio abaixo ........
Primeiramente (encomenda a alma e pede para ser sepultado na igreja de São Francisco, caso morra no povoado)
Encomenda ofícios e missas.
Nomeia por testamenteiros o cunhado Antonio Alves e a mulher Ana Tenória.
Declaro que sou casado com minha mulher Ana Tenória ... e dela tenho nove filhos a saber André João Martinho e Pedro Maria Ana Antonia Domingos Bastião os quais são herdeiros de minha fazenda.
(Deixa a mulher por curadora dos filhos, a quem confia a administração de toda a fazenda, por confiar nela).
Declara ter duas casas na vila, uma delas de sobrado, onde mora o padre vigário de aluguel ha 15 meses, sem ter pagado nada.
Deixa a terça para os filhos em igual parte com a enteada Maria Tenória.
Comprou um corte de tecido de seda para a enteada e não quer que entre em inventário, por ter dado a ela.
Declara dívidas para com os compadres Vicente Antonio e Antonio Madureira, Antonio Gomes Barbosa, Manoel Fernandes Gigante, a Dona Luiza, mulher que foi de Gaspar da Costa e a seus herdeiros, Antonio Pereira de Azevedo, ao juizado dos órfãos.
Declaro que por morte de meu pai, que Deus tem, me ficou uma fazenda entre a qual me coube a metade do sítio do Ipiranga e a metade do sítio de Goanga .... dos quais não me tem dado a viuva satisfação suposto que lhe tenho dado quitação geral ficando ela debaixo de sua palavra de me pagar os sete mil réis do sítio do Ipiranga e do sítio de Guanga me tem pago somente mil e quinhentas telhas da casa do sítio que Diogo de Fontes desmanchou do sítio e o tem vendido sem me dar toda a satisfação do que dele me cabe a minha direita parte.
(Pede que o testamento seja cumprido pelas justiças)
Pedro Fernandes
TESTEMUNHAS
Antonio Pereira de Azevedo
Francisco Bicudo Furtado
Vicente Anes Bicudo
Antonio de Andrada
Miguel de Qdo Martinho
Sebastião peralta
Francisco Diniz
Manoel velho Moreira
(Declara ainda que foi curador do defunto João Tenório, que deu contas pagando a legítima de Francisco Barreto, por ser casado, mas ainda não tinha quitação. Tinha em seu poder as peças que couberam ao filho bastardo de João Tenório, das quais um morreu e manda que se dê outro que trouxera da viagem ao Piqueri)
CUMPRA-SE: 1-3-1653
Seguem avaliações, com bastante prataria e muito gado.
Devedores
Lucas da Costa
Manoel Gomes
Izabel Dias (os 7$000 e a metade do sitio de Guanga)
GENTE FORRA: 99, mais 3 fugidos
CITADOS PARA PARTILHAS
Ana Tenória, a viúva
André Fernandes
João Tenório
Martim Rodrigues
Maria Nunes
Ana Tenória
Manoel de Souza como curador à lide dos mais órfãos
PRURADOR DA VIÚVA: Geraldo da Silva
MONTE MOR: 576$320
Seguem as partilhas. Receberam quinhões::
Ana Tenória
Maria Nunes
Antonia
João Tenório
André Fernandes
Martim Rodrigues
Pedro
Domingos
Bastião
25-5-1653 – Apareceu Gaspar Vieira de Vasconcelos em nome de seu cunhado Antonio de Madureira Moraes....
Seguem alguma arrematação de gado e bens e dinheiro dado a ganhos.
Em algumas arrematações feitas por Francisco Leme, Sebastião Leme era procurador da viúva
Manoel Rodrigues de Arzão é feito curador dos órfãos e depositário de suas legítimas.
Martim Rodrigues dá quitação de sua legítima
“Recebi de Sebastião Leme como procurador de sua sogra curadora de seus filhos ..... (o pagamento das arrematações feitas por Francisco Leme – um púcaro de prata, tamboladeira e cadeiras)”.
Segue uma contenda para receber 10 anos de aluguel do Padre Domingos Gomes Albernás.
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ANA TENÓRIA
Inventário e Testamento
Anexo ao de Pedro Fernandes
TESTAMENTO: Apresentado em 20-1-1664 por Amaro Álvares Tenório
INVENTÁRIO: 23-3-1659
Juiz: Simão de Toledo
Avaliadores: Manoel Alves de Souza e Damaso Mascarenhas
Local: Vila de São Paulo, em casas da defunta
Declarantes: André Fernandes e João Tenório
TITULO DOS FILHOS
1. Maria Folgada, do primeiro casamento
Do segundo casamento:
2. André Fernandes, maior
3. João Tenório
4. Martim Rodrigues, maior
5. Maria Nunes, casada com Domingos Marques
6. Ana Tenória, viúva de Francisco Gomes
7. Antonia, 15 anos (depois referida como Ana da Veiga e Ana Rodrigues)
8. Pedro, 12 anos
9. Domingos, 10 anos
10. Sebastião, 9 anos
TESTAMENTO
(Abertura de praxe, seguida da encomendação da alma)
Pediu para ser sepultada no Mosteiro de São Francisco e pede acompanhamentos, missas.
Declarou ter sido casada com Luiz Fernandes Folgado de quem teve Maria Folgada. Quanto ficou viuva deste marido ficou muito pobre, com dívidas que o segundo marido teve de pagar por ela.
Declarou que segunda vez casou com Pedro Fernandes, de quem teve 9 filhos, 6 machos e 3 fêmeas.
“Declaro que em resguardo da minha consciência me é necessário declarar que em ausência de meu segundo marido, não sabendo então se era morto ou vivo, casei minha filha Folgada, filha de meu primeiro marido com Sebastião Leme e no dote que lhe dei o vantagei mais dando-lhe como dei vinte e quatro peças e quarenta ou cincoenta cabeças de gado o que na verdade se achar e uma gargantilha de ouro e ..............assim mais lhe prometi ...uns chãos e depois me obrigou a que fossem umas casas e se apossou das de sobrado que estão nesta vila e que são minhas........ digo que o dote que lhe sei não podia dar para que meus herdeiros achando logar para isso possam ser inteirados de que lhe tiverem de lesão e engano assim nisto como no mais porque hei por bem que todos sejam iguais mormente sendo esta minha filha do primeiro marido e o segundo ser o que ganhou tudo quanto lhe dei em dote.
Declaro que ficam algumas peças do Engenho de Ferro as quais tenho por minhas....”
Declarou que como curadora dos filhos, mandou proceder leilão dos bens e que o genro Sebastião Leme, então seu procurador não lhe deu nada, exceto alguns cavalos, tão pouco prestou contas. O mesmo genro tomou uma peça que pertencia a seu filho órfão, Domingos.
Declarou ter casado as filhas Maria Nunes com Domingos Marques e Ana Tenória com Francisco Gomes e que as inteirou de seus dotes e legítimas.
Deixou a terça a filha Antonia, solteira e uma peça com sua cria à filha Ana Tenória.
Instituiu seu irmão Amaro Alvres por testamenteiro e curador dos filhos, e se este não pudesse, que fosse Manoel de Arzão.
Por não saber escrever, pediu a Antonio de Madureira e Moraes que fizesse e assinasse o testamento.
CUMPRA-SE: 27-6-1658
Seguem as avaliações
BENS DE RAIZ: Casas de sobrado na rua que vem da Matriz para o Carmo
Sitio na Roça
7-3-1661 – Termo de concerto amigável entre Sebastião Leme e Manoel Rodrigues de Arzão, curador dos órfãos.
22-10-1661 – Requerimento que faz João Tenório para que seu tio Álvaro Rodrigues do Prado entregue o dinheiro de um tacho que cobrou de Domingos Barbosa, sem autorização do juízo.
Seguem as quitações das obras pias, pagas por Álvaro Rodrigues do Prado, irmão da defunta.
Amaro Alves tinha abdicado de ser o testamenteiro por estar doente e ofereceu em seu lugar o irmão mais velho, Álvaro Rodrigues do Prado.
10-9-1675 – Manoel Rodrigues de Arzão é citado a pedido de Manoel Homem, casado com Ana da Veiga, para fazer partilhas.
5-8-1667 – Termo de partilhas entre os órfãos. Manoel Homem recebe o quinhão da legítima e da terça de sua mulher.
22 de janeiro ....
Certidão do Padre Domingos Gomes Albernás de que recebeu face à Igreja em casamento, Manoel Homem e Ana Rodrigues, filha e legatária da terça de Ana Tenória.
29-4-1668 – Contas que dá Manoel de Arzão da curadoria
Disse que os órfãos eram vivos e sabiam ler e escrever.
Antonio Pereira da Costa, em 14-4-1659 apresentou um pedido de pagamento de aulas que deu a três filhos de Ana Tenória.
2-11-1659 – Quitação de João de Borba de uma dívida que lhe devia André Fernandes. Estava cego e por isso assinou por ele João Paes Domingues.
23-1-1674 – Belchior Barreiros passa quitação das peças que Tenória deixou em testamento à sua mulher Ana Tenória.
Encerramento: 24-1-1674