PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

S.L. 5º, 421, Cap. 6º Anna de Alvarenga, falecida em 1644, foi casada tres vezes: em segundas com Pedro de Araújo, natural de Refoios de Ponte de Lima, parente de Sebastião Fernandes Corrêa, que foi o 1.o provedor e contador da fazenda real em S. Paulo. Acompanhando a seu cunhado o Capitão Antônio Pedroso de Alvarenga em sua entrada ao sertão até o rio Paraupava, distante de S. Paulo mais de 300 leguas, ao norte de Goias, rio este que encaminha suas aguas ao caudaloso rio do Maranhão, faleceu em 1616 nesse sertão. com filho único:

1-2. Pedro de Araújo, casou em 1638 com Isabel Mendes.

 

Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Junqueira)

 

Pedro de Araújo, português de Refojos segundo declarou em seu testamento, faleceu no sertão de Paraupava em fins de 1616. Já estava neste lugar pelo menos desde abril quando ditou seu testamento. Antes desta bandeira, participou de outras ao sertão dos Patos, de onde trouxe alguns índios carijós.

Casou por 1612 com Ana de Alvarenga, viúva de Domingos Rodrigues e tiveram o filho único:

1-2 Pedro de Araújo, nascido por 1613. Sebastião Fernandes Correa foi chamado a exercer a tutela do órfão por ser seu tio.

 

PEDRO DE ARAÚJO

Inventário e Testamento

 

Vol 5, fls 133

Data: 18-5 1617

Juiz: Bernardo de Quadros

Escrivão: Calixto da Mota

Avaliadores: Antonio Raposo e Bastião Gil (depois Alonso Peres)

Local: Icabuçu, fazenda que ficou de Pedro de Araújo

Declarante: Ana de Alvarenga

 

Filho:

Pedro, 3 anos

 

Seguem as avaliações

 

Serviços Forros: 15, entre carijós, biobebas, temiminós

 

Procurador da viúva: Sebastião de Freitas, cunhado da viúva

 

3-10-1617 – Ana de Alvarenga, dona viúva, mulher que ficou de Domingos Rodrigues, era moradora na vila de SP, em casas de Manoel Mourato.

E declarou que seu defunto marido devia a seu cunhado Bastião de Freitas e à sua irmã Tomazia Rodrigues.

 

Seguem mais avaliações e as partilhas.

 

O órfão foi entregue à mãe, abonada por Sebastião de Freitas.

 

Rol do que devia Pedro de Araújo, por anotações de próprio punho em 29-4-1614

Devo a Álvaro Gomes Godinez de resto de umas cartas de jogar que trouxe quando vim da Bahia 3$350 os quais se darão a Sebastião Peres Caleiro em Santos para que lhos mande cobrando dele quitação em carnes ou dinheiro.

Devo a Romão Freire...

Devo a Francisco de Siqueira...

Devo a Rodrigo Fernandes...

Devo a Gregório Fernandes...

Devo a Manoel João....

 

Só a Álvaro Gomes e a Manoel João fico devendo, aos demais paguei – Pedro de Araújo

 

10-6-1818 – o testamento foi entregue pela viúva Ana de Alvarenga, juntamente com inventário feito no sertão.

 

INVENTÁRIO do SERTÃO –

29-12-1617 (por ser passado o Natal) – Sertão de Paraupava

A mandado do Capitão Antonio Pedroso

Escrivão: Francisco Rodrigues Guerra

 

Seguem as avaliações e leilão dos bens por:

Crisóstomo Alves, fiado por Ascenço Luiz Grou e Francisco Rodrigues

Vicente Alves fiado pelo Capitão

Domingos Marques fiado por Ascenço Luiz Grou

Pedro Alves fiado pelo capitão

Gonçalo Gil fiado por Pedro Domingues

Francisco Baldim fiado por Gonçalo Gil

André Dias, não deu fiador, foi vendida a rede a Francisco Duarte, fiado por Pedro Alves

João Fernandes de Velasques, fiado pelo capitão.

Domingos Marques Requeixo, fiado por Ascenço Luiz Grou

 

Nota: nas costas da última página do inventário do sertão estão as estâncias dos “Luziadas” Canto 5º, nº II, VII, XI e XV.

 

TESTAMENTO

 

Feito por andar a risco e aventuras.

5-4-1616

Sertão do Paraupava

 

Encomendou a alma.

Declarou ser casado com Ana de Alvarenga de quem tinha o filho Pedro.

Declarou que queria que seu filho herdasse a legítima que recebeu de seu pai e que estava em poder de sua mãe (...) Pires de Araújo, na Freguesia de Refojos, Termo de Ponte de Lima. E sendo o caso que seu filho morresse antes de poder receber a legítima, que esta ficasse às suas sobrinhas que então fossem solteiras.

Declarou ter peças carijós que trouxe do sertão e outras temiminós.

E outras deixadas por seu antecessor Domingos Rodrigues.

Deixou missas e esmolas pias.

Declarou ter vendido uma negra chamada Clemência que era de sua enteada Maria, pelo que se lhe dê  25$000 de sua fazenda e mais 3$400 que lhe devia de sua legítima, conforme escrito passado ao avô da menina.

Deixou também à enteada 12$000 de sua terça para “ajuda de um vestido”.

Declarou alguns créditos, remetendo as mais para um rol que deixara em sua casa.

Deixou por seu testamenteiro no sertão ao cunhado Antonio Pedroso.

“Declaro que trazia em minha companhia um menino filho de Sebastião de Freitas ....”

Deixou por testamenteiros no povoado a Sebastião Fernandes e a mulher Ana de Alvarenga.

Pedro de Araújo – Lourenço Rabello – Pedro Alvares – Ascenso Luiz Grou – Gonçalo Gil – Francisco Dias Pinto- Melchior (...)

 

Cumpra-se: 30-12-1618 – Pimentel

 

Gente forra que veio do sertão: 2 temiminós, Pascoal, galacho, Ursula andante, Paula Tapuia.

 

Curador do órfão Pedro: Sebastião de Freitas

 

Segue a partilha das peças e as do órfão foram entregues à viúva. Assinou por ela Manoel Mourato Coelho.

 

9-2-1620 – Sebastião Fernandes Correa pede a curatela do órfão Pedro por ser parente mais chegado, casado com sobrinha da viúva. A viúva havia se casado novamente, e pelas ordenações o padrasto não deveria ficar com o órfão.

 

6-6-1620 – Antonio Pedroso requer que Sebastião Fernandes Correa viesse ser curador de seu sobrinho, para o que tinha sido nomeado.

Requerido, Sebastião disse não querer ser curador, o juiz que nomeasse outro

 

7-12-1620 – Sebastião Fernandes Correa estava de partida para Angola.

 

5-3-1621 -  Sebastião Fernandes Correa foi novamente notificado para que assumisse a curadoria.