PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

SL. 3º, 278, Filippa Vicente do Prado casou-se 1.º com Antonio Pereira de Avellar, que faleceu em 1602, e 2.ª vez com Luiz Furtado, irmão de Daniel Furtado, naturais de Monsanto de Caminha, f.ºs de Simão Furtado e de Catharina Luiz. Faleceu Filippa Vicente em 1615, e teve:

Do 1.º marido, f.º único:

1-1 Paulo Pereira de Avellar § 1.º

Do 2.º marido 3 f.ºs:

1-2 Antonia Furtado, casou com Francisco Rodrigues

1-3 Izabel Furtado, casou com Mathias Cardoso de Almeida

1-4 Luzia Furtado,

 

Subsídos à Genealogia Paulistana (Bartyra Sette)

Sesmarias (neste site) vol. 01, 137) Luiz Furtado e seu genro Francisco Rodrigues e Miguel de Almeida - nas cabeceiras de Francisco de Siqueira, pelo caminho de Nossa Senhora de Conceição. Dadas por Álvaro Luiz do Valle.

 

Faleceu Luiz Furtado em 1636, casado em segundas nupcias com Cosma Mendes.

Teve da 1a. as filhas citadas na GP, sendo que a:

1-4  Luzia Furtado, nascida por 1615, era muda.

 

Da 2a. os filhos:

- Luiz Furtado, nascido por 1618, falecido no sertão antes de 1638.

- Pero Furtado, nascido por 1619

 

Teve, do gentio da terra:

- Manoel (bastardo), já falecido em 1637

 

LUIZ FURTADO

Inventário e Testamento

 

Vol 10, fls 137

Data do testamento: 1-3-1636, data de abertura: 22-2-1636 (há aqui algum engano na publicação ou no original)

Avaliadores: Francisco Gaia e Manoel da Cunha

Local: Vila de São Paulo

 

TESTAMENTO – 1-3-1636

 

Foi chamado o tabelião Calixto da Mota às casas de Luiz Furtado, que andava “achacoso”, para escrever seu testamento.

Declarou ser primeiramente casado com Fe..... (faltam várias linhas)..... por nome Luiza (sic) Furtado os quais seus genros estavam inteirados de seus dotes e legitimas que coube da mãe, menos Luiza (sic) a quem ainda se devia parte da dita legítima.

Declarou estar casado segunda vez com Cosma Mendes da qual houve dois filhos: Luiz Furtado e Pero Furtado.

Declarou ter um filho bastardo chamado Manoel cuja mãe era do gentio da terra e solteira, ao qual deixava algum dinheiro e uma roupa de pano verde usada.

Deixou algumas coisas ao filho Luiz Furtado.

Deixou a rapariga por nome Tenória (sic) à sua neta Bárbara, filha de Mathias Cardoso.

Pediu a seu irmão Leonel Furtado que fosse seu testamenteiro e curador dos filhos menores.

Testemunhas: Bernardo de Quadros, Francisco Jorge, Francisco ..., Luiz Vaz Pedroso, Manoel Fernandes, Leonel Furtado.

 

APROVAÇÃO: 16 do mes de (.....) 1636

 

CUMPRA-SE: 22-2-1636 – Gaspar de Brito

Cumpra-se como nele se contém – Jerônimo Bueno

 

TITULO DOS FILHOS

1. Antonia Furtado casada com Francisco Rodrigues

2. Izabel Furtado casada com Matias Cardoso

3. Luzia Furtado, 20 anos mais ou menos, solteira, filha da primeira mulher

Mais

4. Luiz Furtado, 17 anos

5- Pero Furtado, 16 anos

 

Seguem as avaliações

 

Procurador da viuva: Pedro Fernandes Aragonês, que logo reclama em nome da viuva de umas coisas que estavam na casa da vila e que tinham sumido.

Respondeu Leonel Furtado que nada tinha furtado, só sabia de uma camisa que o defunto levara à cova, que ele mesmo Leonel tinha vestido. Idem um pouco de cêra.

 

Francisco Rodrigues (que era sapateiro)  pediu para ter a órfã sua cunhada em sua casa porque era muda, obrigando-se a sustentá-la. Recebeu a órfã e seus bens e peças.

 

CITAÇÕES

1. Francisco Rodrigues e sua mulher – não quiseram herdar

2. Mathias Cardoso e sua mulher – não quiseram herdar

3. Pero Fernandes Aragonês e sua curada Cosma Mendes

4. Leonel Furtado pelos órfãos

 

MONTE MOR: 193$580

 

Entre os bens Terras em Uurubuapira, compradas de João Gago da Cunha,  e outras compradas de Gaspar Afonso.

Anexaram escritura de compra das terras de João Gago da Cunha.

E a transcrição de 5-2-1601, de têrmo passado na casa de Francisco Teixeira, onde estava de pouso Francisco Farel e sua mulher Beatriz (...). Declarou o casal que tinham terras dadas por Jeronimo Leitão na banda do além Anhembí, que venderam parte a Henrique da Cunha, nas cabeceiras de Gonçalo Pires, e parte a João Gago. Em 1620, João Gago da Cunha dá licensa a João Pires que lavre nas terras que ele houvera de Francisco Farel. João Gago da Cunha morava em Caucaia.

Em 1-7-1628 João Gago da Cunha vende as terras a Francisco Rodrigues e Luiz Furtado e sua mulher Cosma Mendes. O tabelião assinou por Catarina do Prado. Foram testemunhas: Pero do Prado, João do Prado e Antonio do Prado.

 

Há também o termo de posse que Sebastião Fernandes Camacho dá a Luiz Futado de terras ao pé da serra, que foram adquiridas em leilão judicial.

 

“Digo eu Afonso Dias que é verdade que estou pago de dois mil réis  (...) de terra que vendí em Urubuapira a qual terra vendí a Luiz Furtado que parte com as terras que Alonso Peres vendeu a Gonçalo Pires”.

Estas terras tinham sido de Gaspar Afonso, primeiro marido da primeira mulher de Afonso Dias. Ele e sua mulher Francisca Cubas vendem as terras a Antonio Pereira em 1-7-1601, assim as dele como as que couberam aos filhos e terça da primeira mulher. (conforme escritura transcrita a fls 173)

 

28-12-1638 – encerramento do testamento, com as quitações que Leonel Furtado apresentou.

 

Segue leilão dos bens dos órfãos.

 

1637: Leonel Furtado declara que o menino Manoel tinha morrido e o juiz decide que as esmolas deixadas por Luiz Furtado deveriam ir para a mãe do menino ou irmãos por parte de mãe

 

Janeiro de 1638, Cosma Mendes pede os bens de seu filho Luiz Furtado que foi morto no sertão.

 

15-8-1643 – Prestação de Contas que dá Leonel Furtado como tutor dos sobrinhos

Disse que Luzia Furtado estava com a irmã dela, mulher de Francisco Rodrigues Sapateiro, por ser “impedida dos sentidos”.

Pedro Furtado estava em companhia da mãe, Cosma Mendes.

 

Seguem as tomadas de dinheiro a ganhos.

 

24-5-1644- apareceu Paulo Pereira de Avelar reclamando que Leonel Furtado tinha em seu poder sua irmã Luzia Furtado mentecapta e cuidava mal dela. O juiz mandou que se entregasse a órfã a Paulo Pereira de Avelar .

 

Seguem termos de dinheiro a ganhos, assinados por Paulo Pereira de Avelar.

 

29-6-1647: Braz Cardoso como procurador de Ana de Chaves, viuva de Paulo Pereira de Avellar, alegando que o defunto era curador de sua irmã mentecapta, entregando as contas da curadoris.

 

Novo curador: Francisco Rodrigues

 

25-6-1653: Novo Curador – Francisco Furtado (Francisco Rodrigues tinha morrido e a órfã ficara com a viúva).

 

16-4-1659: Braz Cardoso quita dívida de seu genro Matias Peres, já defunto.

 

2-3-1865 – O Padre Domingos da Cunha quita dívida de seu cunhado Manoel Paes de Linhares

 

21-6-1670 – Antonia Furtado passa procuração na vila de Itanhaem a Domingos Rodrigues do Prado, Miguel Rodrigues do Prado e Belchior da Cunha Barregão

 

3-10-1670 – Braz Rodrigues de Arzão é citado como procurador de Pedro Furtado, Domingos de Araújo é citado por sí e por seus cunhados para a herança de Luzia Furtado. Disseram não querer herdar.

 

3-11-1670 – Salvador Cardoso recebe por sua mãe Izabel Furtado, dinheiro que estava a ganhos neste inventário, por lhe pertencer.

8-11-1680 – Melchior da Cunha Barregão recebe por sua sogra Antonia Furtado, pelo mesmo motivo.

(Eram ambos procuradores de herdeiras de Luzia Furtado)

 

Nota: Neste inventário, durante décadas, muitos moradores de São Paulo tomaram dinheiro a juros e via de regra davam, além dos fiadores, fiança em bens, principalmente casas e chãos na Vila de São Paulo, com descrição de sua localização, vizinhos, etc. Estas informações não foram aqui transcritas, no entanto fica o registro, para alerta de quem queira fazer um levantamento da vila de São Paulo por esta época e de seus habitantes.