PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

SL. 4º, 432, 1-6 Anna Tenório, f.ª do Cap. 1.º, foi primeiro casada com Luiz Fernandes Folgado com filha única: Maria Folgado, que foi casada com Sebastião Leme da Silva, f.º de Braz Leme e de Izabel Freitas

 

Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Junqueira)

 

Luiz Fernandes Folgado foi primeiro casado em Portugal com Izabel João e teve:

- Manoel Curado filho que deixou no reino, quando veio ao Brasil para explorar as minas de ferro e cuidar de engenhos desse metal.

Viúvo, casou com Ana Tenório, filha de Clemente Alvares. Faleceu deixando muitas dívidas, a viúva muito pobre e prenhe de:

- Maria Folgado, póstuma, criada por Pedro Fernandes, segundo marido de sua mãe. Em abril de 1654 já era casada com Sebastião Leme, com dote doado por Ana Tenória em ausência de seu marido Pedro Fernandes. Mais tarde, Ana Tenória muito se lamentou de sua generosidade e da confiança que depositou no genro, conforme se lê em seu testamento (SAESP vol. 12º, neste site).

 

Luiz Fernandes teve ainda:

- Jorge, filho bastardo

 

LUIZ FERNANDES FOLGADO

Inventário e Testamento

 

SAESP Vol. 7, fls. 449 a 493

Testamento: 20-6-1628

Inventário Data: 10-7-1628

Local: no termo desta vila onde se chama o Engenho de Ferro fazenda que foi de Luiz Fernandes.

Juiz de Órfãos: Sebastião Fernandes Camacho

Tabelião e Escrivão dos órfãos: Ambrosio Pereira

Avaliadores: Pero Madeira e Luiz Furtado digo Leonel Furtado em ausência do avaliador Manuel da Cunha.

Declarante: Anna Rodrigues, viúva mulher que foi do defunto Luiz Fernandes Folgado. Por não saber ler rogou a seu irmão João Tenório que por ela assinasse.

 

fls. 453: termo de procurador da viúva: a Lourenço Nunes seu cunhado.

 

fls. 453 - TESTAMENTO

 

---- de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e seiscentos e vinte e oito anos como eu Luiz Fernandes Folgado morador nesta vila marido de Anna Rodrigues filha de Clemente Alvres e de sua mulher Maria Tenória que Deus haja como estando em esta dita vila de São Paulo em uma cama doente de enfermidade que Nosso Senhor me deu com todos os meus sentidos que Nosso Senhor me deu e em meu juízo perfeito e entendimento ordeno e faço meu testamento na maneira seguinte.

(encomendações pitas).

Mando que meu corpo seja enterrado em Nossa Senhora do Carmo com o hábito (...).

Declaro que tenho em Portugal um filho legitimo filho meu e de minha mulher primeira que Deus haja por nome Izabel João e se chama o dito meu filho Manoel Curado o qual tenho por informação estar metido frade religioso da Ordem do Serafico São Francisco e não tem ainda feito profissão o qual sendo caso que em algum tempo cessando religião e não faça profissão minha mulher como minha herdeira que é testamenteira que por este a faço lhe dará tudo o que direitamente lhe couber assim da minha parte como da de sua mãe que Deus haja.

Declaro que minha mulher Anna Rodrigues fica pelejada de tres meses pouco mais ou menos e dela não tenho mais filhos a qual ----- ---- -------- com declaração que ainda que --- e não viva a criatura hei por bem e é minha vontade e quero deixar-lhe tudo a ela dita minha mulher Anna Rodrigues para que gose e possua sem contradição alguma ficando ela por minha testamenteira e Lourenço Nunes aqui morador cunhado meu que é para que a ajude a fazer bem pela minha alma e a cumprir meu testamento.

(legados pios).

Declaro que tenho em minha casa um menino por nome Jorge o qual tenho por meu filho bastardo ao qual deixo um colomi por nome João  e porque assim é meu querer e vontade se cumpra esta cedula de testamento e peço as justiças (...)

(declara dividas).

Declaro que devo mais a Francisco de Proença (...)

(declara mais dividas).

Mando a meu testamenteiro Lourenço Nunes me vá cumprir uma romaria a Santo Amaro (...).

(...) esta é a minha derradeira e ultima vontade e por  ser verdade roguei a Ambrosio Pereira tabelião que este fizesse o qual eu assinei em os vinte dias do mes de junho de mil e seiscentos e vinte e oito anos. - Luiz Fernandes Folgado.

 

Aprovação: 20-6-1628 vila de São Paulo.

 

Título dos filhos:

- Manuel Curado, filho em Portugal.

- a viúva prenhe de tres meses

- Jorge, filho bastardo.

 

(seguem-se avaliações).

 

fls. 463: toda a fazenda foi entrege a João Tenório curador neste inventário.

 

Seguem-se dividas que se devem ao defunto, dividas que deve o defunto.

 

Partilhas:

- cabe a parte da viúva 42$480 réis.

 

menores:

Fica 28$320 para se partir com o filho do defunto menor que está em Portugal e com --- que está no ventre de sua mãe.

 

fls. 471: partilha das peças lançadas neste inventário com a viúva e órfão; 28-7-1628

- quinhão que coube a viúva

- quinhão da menina Maria órfã.

- quinhão do que está em Portugal.

 

E desta maneira houve o dito juiz as partilhas das peças feitas e acabadas e houve tudo por entregue a João Tenório tutor da órfã Maria e irmão da viúva (...).

 

(recibos das dividas pagas)

 

fls. 483 (...) requeiram a Pedro Fernandes morador nesta vila de São Paulo antecessor de Luiz Fernandes que logo dê e pague a Manuel da Cunha (...) lançado no inventário do dito defunto Luiz Fernandes Folgado (...)  vila de São Paulo 14-12-1630 anos - Manuel da Cunha.

Estou pago do senhor Andre Fernandes do conteudo neste mandato e custas que me pagou pelo senhor seu filho e por verdade me assino aqui hoje 10-8-1631. Manuel da Cunha.

 

fls. 493

Aos --- dias do mes de abril de mil e seiscentos e cincoenta e quatro anos nesta vila de São Paulo em pousadas do juiz dos órfãos dom Simão de Toledo apareceram Sebastião Leme e Francisco Barreto Tenorio e Pascoal Rodrigues Tenorio e Domingos Ortegas pelos quais foi dito que eles eram obrigados a pagar a Sebastião Leme a legitima de sua mulher Maria Folgado e porque eram todos parentes e queriam escusar demandas e gastos de comum consentimento e amigavel composição pagaria cada um ao dito Bastião Leme 9$299 réis dentro de um mes que se começa da feitura deste em diante sem replica nem contradição alguma e sendo que no cabo do dito mes não dêm e paguem se obrigaram a o fazer da cadeia e o dito Sebastião Leme será obrigado recebendo as ditas quantias dar quitação ao pé deste geral de bens e peças de que fiz este termo em que todos assinaram com o dito juiz Luiz de Andrade escrivão  dos órfãos o escrevi - João Barreto Tenório - Domingos Ortegas - Paschoal Rodrigues Tenório - Sebastião Leme - Dom Simão de Toledo Piza.