PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
Subsídios a genealogia Paulistana (Bartyra Sette)
Gaspar Correa de Azevedo, falecido em 1647, filho de Francisco Correa Paes. Foi casado com Maria Ribeiro, filha de Gaspar Manoel Salvago e Ana Ribeiro. Ana foi filha de Pedro Martins (SAESP vol. 12º, neste site) e casou primeira vez com Manoel Requeixo, falecido no sertão de Paraupava em 1615. (SAESP 31º, neste site).
Gaspar e Maria tiveram o filho único:
Bartolomeu, nascido por 1645, tutelado de seu avô paterno.
Pelas evidências que se encontra neste inventário, conclui-se que antes de se casar com Ana Ribeiro, Gaspar Manoel Salvago teve outra mulher, filha de Simão Lopes Fernandes, de quem teve geração.
Teve ao menos os genros:
Manoel Preto de Moraes
Francisco de Gouveia
Desidério Pedroso (*), já falecido em 1647, (com terras vizinhas às dos genros de Gaspar Salvago).
(*) Um deste nome, C.c. Bárbara Ribeiro, foi pai de Maria Salvago Pedroso, segundo está na GP (SL 7º, 159, 2-9). No entanto este Desidério não poderia ser senão filho natural de João Pedroso de Moraes, havido antes do casamento com Maria de Lima ou filho de algum dos Pedrosos de São Vicente.
GASPAR CORREA
Inventário e Testamento
Vol 35, 19
Data: 14-10-1647
Juiz: Dom Simão de Toledo
Avaliadores: Domingos Machado e Manoel da Cunha
Local: Vila de São Paulo
Declarante: Manoel Preto de Moraes
14-10-1647: Francisco Correa Paes, testamenteiro e curador do órfão, filho que foi do defunto Gaspar Correa, apareceu nas pouzadas do Juiz Dom Simão de Toledo, pedindo que desse juramento a Manoel Preto de Moraes para que declarasse os bens que em seu poder tivesse ou deles soubesse que ficassem do defunto.
Titulo dos Filhos:
Bartolomeu, 2 anos
Segue avaliação dos bens.
Procurador da viúva que ficou de Gaspar Correa de Azevedo: Gaspar Manoel Salvago, pai da dita.
Procurador ad lidem do órfão Bartolumeu: Francisco Correa
Fazenda: 28$020
Líquido: 24$340
Parte da Viúva: 12$170
Terça: 4$056
Órfão: 8$112
(faltam as primeiras linhas do termo de pedido de traslado do testamento) ....nesta vila de São Vicente que no inventário que está no juízo de vm. Da fazenda dos bens que ficou do defunto seu filho Gaspar Correa de Azevedo está o testamento próprio que o dito seu filho fez na dita vila de São Paulo e ora está de Caminho para a dita vila e lhe é necessário o traslado do dito testamento.
São Vicente, 16-9-1647
TESTAMENTO
Em nome de Deus Amem
(seguem linhas inutilizadas)
.... meu testamento na forma seguinte......
Primeiramente (encomenda a alma, pede missas e acompanhamentos, que fosse enterrado na Matriz)
Declara dívidas.
Declaro que devo a meu cunhado Manoel Preto duas arrobas de carne.
Declaro que em poder de meu cunhado Manoel Preto estão cinco mil e trezentos e vinte réis que se lhe entregaram, que eu tinha na minha algibeira.
Declaro que sou casado com Maria Ribeira (...) na vila de Santos e dela tenho um filho por nome Bartolomeu o qual é meu herdeiro tudo que se achar.
(faltam linhas)
Declaro que meu pai me deve são cem mil réis pouco mais ou menos ...
Escreveu Gonçalo Mendes Peres e o testador assinou.
Aprovação: 5-8-1647, Vila de São Paulo, na morada de Francisco de Paiva onde foi o tabelião e encontrou Gaspar Correa Azevedo ferido de duas estocadas.
Testemunhas: Manoel Preto, Francisco “daguaya” Manoel Fernandes, Gaspar Manoel Salvago, Matias Martins e Nicolau Barreto, todos moradores nesta vila.
Cumpra-se: São Vicente, 12-9-1647
O qual traslado de cedula de testamento e aprovação e cumpra-se os despachos do juiz da vila de São Paulo e desta de Vila de São Vicente como acima e atraz se contem, eu Antonio Madr Salvadores tabelião do público do judicial e notas desta vila de São Vicente .... assim trasladei em comprimento ao despacho.
Adições (codicilho):
Declaro que me deve Paulo da Cunha Sombreiro 5 patacas em couros.
Declaro que me deve meu prº Manoel Fernandes pataca e meia em couros.
Declaro que Pº Miz´Pereira me é a dever quatros patacas sobre um gibão de bombazina novo e sobre o dito gibão está em poder de meu cunhado Manoel Preto.
Declaro que meu cunhado Francisco de Gouveia me é a dever cinco patacas....
Cumpra-se: 6-8-1647 – Moraes
(Nota: no mesmo dia foram pagas as despesas de covagem e acompanhamentos, em São Paulo)
Segue um rol de compras de couros comprados de Maria Leme, João Pires o velho, Geraldo Correa, Gaspar Cubas, Francisco Rodrigues Velho, Antonio de Siqueira, frades do Carmo, Manoel Preto de Moraes, Catarina Dias a velha, Simão Lopes, Pantaleão Pedroso e outras ilegíveis.
Deu meia pataca a seu irmão para gastos.
Precatório e requisitório feito pelo Juiz de São Vicente Manoel Lopes ao de São Paulo, D. Simão de Toledo, que mandou cumpri-lo aos 5-10-1647
Assunto: Pedir o traslado do inventário de São Paulo para juntar ao de São Vicente, de forma que a viúva se pudesse fazer partilhas do pouco que ficou.
Requerido por Maria Ribeira, viuva que ficou de Gaspar Correa e Francisco Correa, pai do defunto.
Maria Ribeiro “assistia” nos outeiros de Cunha.
Nota: há partes de uma escritura de doação de um sítio feito por Gaspar Manoel Salvago entre Desidério Pedroso que Deus tem até “o valo de meu sogro Simão Lopes Fernandes e mais terras citas em thaici (ou itaici) com tal cominasão que não prejudique a meus filhos Manoel Preto e Francisco Gouveia” e também que não vendesse a ninguem a não ser “a seus cunhados Manoel Preto e Francisco Gouveia”. E ainda “que não vá sua mulher minha filha para a dita casa e fazenda”.
Seguem quitações de despesas de funeral pagas por Manoel Preto e de missas pagas por Francisco Correa como testamenteiro de seu filho Gaspar Correa.