PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

SL. 1º, 22, 1-1 - Braz Gonçalves, o moço, fallecido em 1603 no sertão, foi casado com Catharina de Burgos, fallecida em 1634, com testamento (a qual foi casada 2.a vez com João Gomes de Meirelles) (1) f.a de André de Burgos e de Maria Rodrigues. Teve (C. O. S. Paulo) os seguintes f.os:

2-1 Bartholomeu Gonçalves

2-2 Braz Gonçalves

2-3 Margarida Gonçalves

2-4 André Gonçalves

2-5 Gabriel Gonçalves

 

(1) Catharina de Burgos deixou de seu 2.o marido João Gomes de Meirelles q. d.: 2-1 André de Burgos, falecido em 1629 casado com Catharina de Oliveira. Sem geração (C. O. S. Paulo).

 

Subsídios à Genealogia Paulistana (Bartyra Sette e Regina Junqueira)

 

Em relação a descendência deste Braz, Silva Leme confundiu vários homônimos, conforme se vê nos inventários.

 

1. Bartolomeu Gonçalves (2-1), casado três vezes, não foi filho de Braz Gonçalves e Catarina de Burgos, mas sim outro, muito mais velho, proveniente da Capitania do Espírito Santo, inventariado em 1612, (SAESP vol 7º neste site), homônimo do filho primogênito de Braz, o moço.

 

2. André de Burgos, citado por Silva Leme como filho de João Gomes Meirelles, é o mesmo André Gonçalves 2-4, filho de Braz Gonçalves, o moço e Catarina de Burgos. Foi enteado e não filho de João Gomes. Tanto André como seu irmão Gabriel chamavam o padrasto de pai, provavelmente porque foram por ele criados desde pequenos. Catarina de Burgos não teve geração de seu segundo marido. (SAESP vol 7º neste site), e inventário de André (SAESP vol. 7º neste site).

 

3. Braz Gonçalves, casado com Maria Delgado a velha (SL 1º, 24, 2-2), não foi filho de Braz, o moço e Catarina de Burgos. Braz Gonçalves, filho de Catarina, foi o casado com Inocência Rodrigues (SAESP vol. 26º neste site), filha de Manoel Fernandes Gigante e Agostinha Rodrigues, esta falecida em 1633 (SAESP vol. 9º neste site).

 

4. Margarida Gonçalves (2-3) casou aos 4-2-1620 no RJ (PFRJ-Rheingantz vol. 2º) com Manoel Álvares Preto, filho de Antonio Álvares e Joana de Reboredo. Teve os 3 primeiros filhos batizados na Sé do Rio de Janeiro.

4-1 Bartolomeu, batizado aos 27-10-1620;

4-2 Maria, batizada aos 20-1-1622

4-3 João, batizado aos 24-3-1625

4-4 Antonio Álvares

4-5 Brás Gonçalves, já falecido em 1682, deixou a filha natural Margarida Gonçalves, criada pela avó paterna, que requer a herança paterna (SAESP vol. 26º neste site).

4-6 Joana de Reboredo.

 

 

- Além dos cinco filhos legítimos, teve Braz Gonçalves, o moço, o filho bastardo Baltazar, havido de uma temiminó, a quem legou a terça e recomendou a seu pai. Esse Baltazar tinha um irmão chamado Domingos que Braz primeiro citou como seu filho e depois, pensando melhor, declarou que não reconhecia como tal.

 

 

BRAZ GONÇALVES (o moço)

Inventário e Testamento

 

SAESP - vol. 26, fls. 5 a 39

Inventário no sertão: 31-7-1603

Declarante: Braz Gonçalves o velho, morador na vila de São Paulo.

Juiz: Capitão -mor Nicolau Barreto

Escrivão: Manuel de Soveral.

Inventário de São Paulo: 9-9-1604

Declarante: a viúva Catharina de Burgos

Juiz: Antonio Rodrigues

Tabelião: João da Costa

Avaliadores: Francisco da Gama

 

Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil seiscentos e quatro anos em os nove dias do mês de setembro da dita era nos termos desta villa de São Paulo capitania de São Vicente... no termo desta villa aonde chamam Gerabatibe nas casas e fazendas de Braz Gonçalves o moço defunto ... e logo deu juramento dos Santos Evangelhos a viúva Catharina de Burgos...

 

Filhos do defunto:

- Bartholomeu, o mais velho

- Gabriel

- André

- Braz

- Margarida

 

(seguem-se avaliações, tudo valeu 70$500).

Peças:

Vitória

Julião, filho de Vitória

Um rapazinho de 8/10 anos

Estes da entrada de João Pereira

Felipa tapigoam e seus filhos Juliana e Antonio

Jeronimo marido da dita

 

“Esta casa com plantas  e as terras que não são dela”

 

 

Monte: 70$560 réis assina pela viúva seu procurador João Fernandes.

 

21-10-1604- curador a lide: João de Santanna.

 

“Vendeu-se a negra Apolonia a Bartolomeu Bueno” (pagou em dinheiro contado)

 

 

fls. 9: Inventário feito no sertão

“Auto de inventário que mandou fazer o capitão-mor deste arraial Nicolau Barreto neste sertão por morte e falecimento de Braz Gonçalves o moço dos bens que se lhe acharam e logo mandou vender “

Data: 31 julho de 1603.

 

Braz Gonçalves apresentou o testamento do filho ao capitão e pediu que o fizesse cumprir.

 

 

fls. 11 - TESTAMENTO datado de 29 de junho de 1603 (resumo)

 

Em nome de Deus Amem.

(...) eu Braz Gonçalves o moço, (...) roguei a Francisco Nunes Cubas que me fizesse e escrevesse este testamento (...)

(encomendações pias).

Declaro que sou filho legitimo de Braz Gonçalves e de Margarida Fernandes sua mulher que Deus Haja.

Declaro que sou casado com Catharina de Burgos filha de André de Burgos e de s/m Maria Rodrigues e dentre ambos temos os seguintes filhos: Bartholomeu, Gabriel, André e Margarida os quais são herdeiros de minha fazenda.

(pedidos de missas)

Declaro que sendo casado houve dois filhos de uma escrava minha, um por nome Domingos e outro Balthazar os quais por não serem herdeiros com os outros deixo o remanescente de minha terça (...) Pediu ao pai que fosse curador destes filhos e os forrou por conta da terça.

Declaro e deixo por meu testamenteiro e curador de meus filhos a Braz Gonçalves meu pai.

Pediu que os filhos fossem entregues ao pai caso a mulher tornasse a casar “assim uns como os outros mando que não se venda o marido da negra de que houve os dois filhos que se chama Paulo e sua mulher Apolonia porque havendo terça eu os forro para que criem e sirvam os ditos meus filhos e não havendo modo com que se forrem servirá na criação aos ditos meus filhos no modo que melhor meu pai ordenar...”

Declaro que a meu irmão Domingos Gonçalves devo ....

Declaro que sou pago e satisfeito de meu pai da legitima que me coube herdar de minha mãe que Deus tem (...) E assim estou pago da legitima e dote de minha mulher e os curadores que são Antonio de Arruda de meu cunhado ha de (sic) dar quitação das nossas contas do que paguei a Domingos Affonso por conta do inventário e do mais somos safos e a quitação que me ha de dar Domingos Affonso de mim ha de ser de duas patacas.

Declaro que Antonio Pinto me deu uma caldeirinha que tenho de nosso serviço e um relicário de prata que ele traz por seu agradecimentode o trazer e fazer gosto nesta entrada do Rio de Guaibihi ....”

Mando que se ponha em arrecadação o que se achar meu que meu irmão Balthazar Gonçalves declarará.

Declarou mais ele dito Braz Gonçalves testador, que ..... achava não ser seu filho o tomiminó por nome Domingos atrás nomeado ... e havia por revogado o tocante a ele e o deixava por captivo.

... e nomeava por testamenteiro a sua mulher Catharina de Burgos com seu pai Braz Gonçalves juntamente. ....

... as testemunhas presentes foram Antonio de Andrade e Antonio Pinto e Jorge João e Jorge Rodrigues e Mathias Gomes e Balthazar Gonçalves tio do testador que aqui se assignaram comigo Francisco Nunes Cubas, hoje 13-7-1603.

 

(seguem-se as vendas, recibos, pagamento de dividas escrituradas por “Manoel de Soveral escrivão deste arraial”).

Um gibão de armas sem mangas vendido a Luiz Huanes – fiador Antonio Pedroso

Dois pratos de estanho a Baltazar de Godoy, fiador Simão Borges

Cunhas de cortes a Domingos Gonçalves irmão do defunto abonado pelo curador

Uma enxó com seu fuzil a Duarte Machado fiador Geraldo Correa

Vestido de pano a Mathias Gomes, fiador Baltazar Gonçalves o velho

Ceroulas de algodão a Balthazar Gonçalves o velho morador na villa de São Paulo abonado pelo curador

Chapeu pardo a Antonio Pedroso abonado por Paschoal Leite

Meias encarnadas a Paschoal Leite abonado pelo curador

Foice a Paulo Quiu, fiador Geraldo Correa

Rede de dormir a Gaspar Sanches, fiador João Bernal

Mantéo de olanda a João Morzillo fiador Sebastião Peres

Espada a Balthazar Gonçalves o moço irmão do defunto abonado pelo curador seu pae – ass Balthazar Gonçalves – Braz Gonçalves – Capitão Nicolau Barreto

Adaga a Rafael de Proença fiador Sebastião Peres

 

Peças do defunto

Tres negros, três negras, duas crianças e um rapaz “magros que estavam como taes como os mais neste sertão...”

 

Fls 21 – Aos 28-10-1604-. apareceu o curador João de Santanna e o procurador da viúva João Fernandes e disseram que “a viúva dera uma negra e um rapazinho que se vendessem por não morrerem antes das partilhas...”

 

E logo á porta do dito juiz (Bernardo de Quadros) e praça do terreiro do mosteiro o dito juiz mandou que o porteiro trouxesse a negra Apolonia e o rapazinho seu filho em pregão para se venderem ... Bartholomeu Bueno que nella lançou trinta mil e vinte réis pagos em dinheiro...

 

Fls 25

Aos 11-04-1605 o juiz Bernardo de Quadros deu juramento a Pedro de Moraes e Martim do Prado para avaliarem o negro Paulo. Avaliaram em 20$000.

Arrematado por Ascenso Ribeiro por 22$000

 

João Fernandes procurador da viúva contestou a venda dizendo que o negro valia mais, que se devolvesse o dinheiro e fizesse novo leilão. Braz Gonçalves, curador dos netos, e João de Santana disseram que a venda foi boa e o dinheiro foi gasto no pagamento das dividas do defunto.

 

 

Quitação de João Fernandes como procurador da mulher de ... de Lara sua cunhada  seria um segundo marido, fulano de Lara, da Dgas de Abreu????? Era dela que o tal Fds era procurador!

 

 ... confessou João Fernandes procurador da viúva estar pago ...

 

Fl 27-

Partilhas, em casa de Maria Rodrigues

 

 Fls 35 – Vendeu-se mais um negro marido da negra que se vendeu que veio do sertão por nome Paulo...

 

13-04-1615 –Auto de fiança que deu Braz Gonçalves o velho neste inventário (fiador Amador Gomes “aqui novamente morador”)

 

15-04-1620 – “ Vi este inventário que se fez por morte e falecimento de Braz Gonçalves o moço que Deus tem acho ser falecido o curador Braz Gonçalves o velho.........mando seja notificado um parente dos menores mais chegado a quem pertença ser curador,,,”

 

fls. 37:

Termo que requereu João de Santanna como procurador do curador Braz Gonçalves - 5-11-1605 vila de São Paulo.

 

Termo de como foi feito curador a Gaspar Gomes neste inventário.

Aos 18 de maio de 1613 nesta vila (...) fazia curador deste inventário a Gaspar Gomes aqui morador porquanto correndo alguns inventários achou este desamparado por haver muitos anos que é feito e Braz Gonçalves avô dos órfãos ser homem que nunca aparece nesta vila por ser homem que deve muito .....