PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Junqueira)
Antonio Gomes Borba, portugues natural da vila de Borba, casado com Beatriz Fernandes, que recebeu legado de Luzia Leme (SAESP vol. 45º, neste site) e passou recibo em 18-5-1662 , assinando por ela Manoel da Silva.
Foram pais de uma única filha, Maria, a qual casou por 1657 com Domingos da Silva. Não constam da GP.
Faleceu Antonio Gomes na bandeira chefiada por João Mendes Geraldo, da qual também participaram Antonio Pedroso de Alvarenga e Francisco de Alvarenga, o moço. (DBS, Alfredo Ellis)
Por seu inventário se vê que Francisco de Alvarenga foi o responsável pelo dote de Beatriz Fernandes bem como curador de sua filha, o que leva a crer que alguma ligação havia entre ambos.
ANTONIO GOMES BORBA
Inventário
Vol 14, fls 347 a 367
Data: 30-9-1645
Local: vila de Santa Ana da Parnaíba, nas pousadas de João Bicudo de Brito
Juiz: João de Oliveira
Escrivão: Ascenso Luiz Grou
Avaliadores: Manuel da Costa do Pino e João Bicudo de Brito
Autuação do testamento de Antonio Gomes Borba, apresentado no juízo do senhor visitador o licenciado Sebastião Caldeira pelo testamenteiro,
Local: vila da Parnaíba
Data: 17-9-1648
Escrivão do eclesiástico: Padre João da Rocha.
TESTAMENTO
Em nome da Santíssima (...)
Em os 28 dias do mes de --------- de ------ e cinco, estando eu Antonio Gomes Borba doente, determinei fazer este meu testamento e por não saber escrever pedi a Francisco Bicudo Furtado que me fizesse e assinasse como testemunha junto com os mais que de presente se acharam.
Encomenda a alma, mando que meu corpo seja enterrado na Igreja Matriz da vila de Santana da Parnaíba donde sou morador, pedido de missas.
Declaro que sou filho de Pedro Gomes e de Juliana Fernandes moradores na vila de Borba na rua do Poço.
Declaro que sou casado com Beatriz Fernandes filha de ------ Fernandes da qual tenho uma filha por nome Maria a qual é minha legitima herdeira.
----- por meu testamenteiro a quem pelo queira ser curador de minha filha sua afilhada.
Declaro que me não lembra dever nada a pessoa alguma contudo constando dever alguma coisa mando se pago.
Declaro que Francisco de Alvarenga o velho me deve 100 alqueires de farinha de trigo postas em sua casa as quais me prometeu em dote de casamento de que tenho um escrito seu o qual está em poder de Antonio Correa da Silva.
Declaro que vim a esta viagem donde de presente me acho com uma armação de Francisco de Alvarenga Ribeiro com partido que das peças que eu levar deste sertão escolherei de todas elas duas peças e as mais partiremos juntamente para o que me deu tres negros e uma negra com o mais aviamento necessário.
Mando se dê o remanescente de minha terça a minha mulher.
(...) em o qual me assino juntamente com quem o escreveu e as mais testemunhas que se acharam presentes o Capitão mor João Mendes Geraldo Bernardo Bicudo João Bicudo de Brito Manuel Domingues -- escrevi a pedimento do testador -- ele hoje dia mes e era acima ---- - Antonio Gomes Borba - João Mendes Geraldo - Bernardo Bicudo - Antonio Bicudo de Brito - Francisco de Siqueira - Manuel Domingues - João Bicudo de Brito - Francisco Correa.
Cumpra-se Santana de Parnaíba 22-9-645 - Vicente Annes Bicudo
Cumpra-se Santana de Parnaíba 22-9-645 - O Vigário Álvaro neto Bicudo.
Inventário feito no sertão.
Autos que o Capitão João Mendes Geraldo man---- no seu arraial por morte ---- do defunto Antonio Gomes Borba dos bens que se lhe acharam.
Aos 6-7-1645 apareceu Antonio Pedroso de Alvarenga perante o capitão mor João Mendes Geraldo com o testamento do defunto requerendo-lhe o abrisse para se saber o que nele mandava porquanto tinha em seu poder alguns bens do dito defunto (...) e mandasse deles fazer leilão para se segurar a fazenda que competia a uma órfã que o dito defunto deixou o que visto pelo dito capitão abriu o testamento e achando nele encarregava o defunto ao dito Antonio Pedroso por seu testamenteiro e lhe pedia quisesse ser curador da órfã sua filha, mandou logo o capitão ao dito Antonio Pedroso aparecesse com os bens e lhe deu juramento que declarasse tudo quanto o defunto possuía neste sertão.
Avaliadores: Bernardo Bicudo e Luiz Castanho de Almeida.
Escrivão: Antonio Bicudo de Brito.
Avaliações
fls. 355 - autos de inventário em Santa Ana da Parnaíba.
fls. 357 - Herdeiros neste inventário
-a viúva Beatriz Fernandes
- a menina órfã Maria
Avaliações, dividas que deve o defunto, dividas que devem ao defunto.
- Francisco de Alvarenga 100 alqueires de trigo postos em sua casa.
Requereu Francisco de Alvarenga ao dito juiz dizendo que era verdade que prometera ao dito defunto 100 alqueires de trigo postos em sua casa que á conta deles lhe tinha dado --------------------------- mil réis e outrossim lhe dera mais a dita conta um vestido de serafina azul á conta do trigo em 2$000 rs e que disto tudo sabia Antonio Correa da Silva que por juramento declarou ser verdade (...0 e alem disso requereu o dito Francisco de Alvarenga ao dito juiz mandasse avaliar o dito trigo e abater a quantia das cousas que lhe havia dado á dita conta para ver o que restava a dever .
Feitas consta resta a dever o dito Francisco de Alvarenga ao defunto 1$000 rs.
fls. 359/360 aos 14-10-1645 por Antonio Pedroso de Alvarenga foi requerido ao dito juiz que pela verba do testamento do defunto Antonio Gomes Borba ficara ele por curador de seus filhos e que lhe foram entregues algumas coisas de bens que se arremataram no sertão como consta do inventário que se fez no sertão - que se não vendeu entregou nesta vila para se inventariar (...) e agora visto ser satisfeito sua obrigação requeria o desobrigasse da dita curadoria por ser um homem que vivia longe desta vila e que se achava em si e não podia ser (...) e o dito juiz visto seu requerimento ser justo que o distituia e faria outro curador (...).
Aos 18-10-1645 partilhas.
Soma a fazenda liquida 19$580 rs.
E o juiz fez curador da dita órfã a Francisco de Alvarenga que deu por fiador a seu João bicudo de Brito.
Quitações.
fls. 364 - aos 27-3-1652 pelo capitão Francisco de Alvarenga foi dito que até o presente fora curador de uma órfã filha que foi de Antonio Gomes Borba e porque ora se achava de mor idade e achacoso requeria o desobrigasse da dita curadoria e a provesse em outra pessoa (...) o que visto pelo dito juiz o houve por desobrigado da dita curadoria (...).
E no mesmo dia, mes e ano fez curador da dita órfã a Antonio Pedroso de Alvarenga por ser pessoa de obrigação da dita órfã e apto, e apresentou como fiador a seu pai o capitão Francisco de Alvarenga.
E logo no mesmo dia pelo Capitão Francisco de Alvarenga foi dito que ele queria tomar a ganhos a quantia de 6$527 rs neste inventário e deu como fiador a seu filho Aleixo Leme de Alvarenga. pagou em 1-3-1654
fls. 367 - aos 20-3-1657, nesta vila da Parnaíba, termo de pagamento e entrega que se fez da legitima da órfã Maria a seu marido Domingos da Silva, assim como do dinheiro como tambem das peças do gentio.