PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

SL 4º, 430, 1-1 Capitão Amaro Alvares Tenório, falecido em 1670, casou 1.º em 1630 em S. Paulo com Anna de Siqueira, falecida em 1646 (C. O. de S. Paulo), f.ª de Romão Freire e de Maria de Siqueira; teve:

2-1 Amaro Alvares,

2-2 Romão

2-3 Francisco

2-4 Ignacio Alvares, falecido antes do pai.

2-5 Manoel Alvares Tenório

2-6 Maria Alvares de Siqueira, que foi a 2.ª mulher do Capitão Roque Furtado Simões, viúvo de Joanna Barbosa.

2-7 Antonio

 

Subsídios à Genealogia Paulistana (Bartyra Sette)

 

Anna de Siqueira, nascida antes de 1620 e falecida em 1645, casada com Amaro Alvares Tenório, nascido por 1604

Ana e Amaro foram pais de seis filhos, nascidos por:

1- Romão, 1633

2- Amaro, 1636

3- Francisco, 1637

4- Inácio, 1638

5- Manoel.  1639

6- Maria, 1642

 

Amaro teve , em solteiro,  o filho natural:

- Sebastião

 

Nota: inventários, neste site, de:

Clemente Alvares vol. 14º

Maria de Siqueira, vol. 31º

Maria Tenoria vol. 44º

 

ANNA DE SIQUEIRA

Inventário e Testamento

 

SAESP - vol. 33, fls. 25 a 52

Autos do Inventário: 2-1-1646

Local: vila de São Paulo, na paragem chamada Tapísape

Juiz dos Órfãos: Dom Simão de Toledo.

Escrivão dos Órfãos: Luis dandrade

Avaliadores: Francisco Pretto e Domingos Machado

Declarante: o viúvo Amaro Alvres Tenório

 

TESTAMENTO

 

Em nome de D.s amem,

Aos sete de outubro de mil e seiscentos e quarenta e cinco, estando eu Amaro Alvres e Anna de Siq.ra marido e mulher doentes deitados em uma cama, ordenamos este nosso testamento.

Encomendam a alma, mandamos que nossos corpos sejam enterrados na igreja do seráfico São Francisco, acompanhamentos e missas.

Somos casados e entre ambos houvemos os filhos seguintes: cinco machos e uma femea a saber: Romão, Amaro, Francisco, Inacio, Manoel e a filha por nome Maria e declaro outrossim eu Amaro Alvres que tive um filho sendo solteiro por nome Bastião ao qual declaro ser meu herdeiro como os demais irmãos.

Do remanescente da terça declarou ele testador Amaro Alves deixar a seus filhos e filha e ela dita testadora deixava a sua filha.

Declarou ela testadora que uma negra por nome Caterina deixava a sua irmã Maria Freire.

Declarou ele testador deixava por seu testamenteiro a João Paes e ela testadora deixava por testamenteiro a seu tio Francisco Ferz. de Siq.ra.

Declaramos pedimos e rogamos a nosso cunhado Pedro Frz por tutor e curador de nossos filhos, e por estar ausente o dito Pedro Frz. rogamos a João ---- queira ser tutor e curador de nossos filhos até ele vir do sertão.

E outrossim declaramos que é nossa vontade que cada qual de nós que vivo ficar seja testamenteiro um do outro e assim por tutor e curador dos ditos nossos filhos.

Declaro que me deve meu compadre Fran.co Dias cinco pesos de alugueis de peças que lhe dei,

Declaro que paguei a Domingos Machado por um c.to que tinha de Custodio de Soiza como seu fiador que fui, a quantia declarará o d.º Domingos Machado e se cobrará da fazenda do dito Custodio de Soiza.

Declaro que meu sogro, Romão Freire e pai dela testadora nos dotou o que consta por um rol, de que estamos pagos e satisfeitos menos de uns chãos que nos dotou de que não estamos satisfeitos os quais conforme o dito rol declara são defronte a João Pires o velho os quais chãos não nos tem satisfeito pela escritura que me fez dos ditos chãos indo pr. tomar posse deles os não achei por ter feito casas neles Antonio Roiz dizendo serem seus e não do dito dotador e mando se cobrem do dito meu sogro ou ----.

Declaro que os ditos chãos os tinha vendido a M.el da Cunha Gago em 3$300 rs e pelos respeitos --- ditos de não haver chãos não teve efeito as ----- da --------- lhe devo 3$100 rs os quais mando se lhe paguem de sua fazenda.

Declaro que devo ao serralheiro Pantalião da Fonseca dois cruzados de obras que nos fez.

Declaramos que devemos seis patacas e doze vinteins a Santo amaro.

Devemos mais a nosso irmão Ant.ªº Alvres doze patacas.

Declaramos que temos uma carta de terras onde lavramos, por titulo de sesmaria junto donde lavra M.el Lourenço dandrade e assim mais temos nesta vila uns chãos por data da Camara junto a meu irmão Ant.º Alvrez.

Possuimos 22 cabeças e gado vaqum, e 42 peças do gentio da terra os quais são forros e livres.

Declarou ela testadora que deixava a sua irmã Joana Freire, solteira, um saio e uma saia de perpetuana e um manto de tafetá o qual lhe deixo por esmola e ser minha irmã.

Declaramos que devemos a Suzana Roiz, minha tia, cinco patacas as quais mandamos se lhe pagem.

(...) e rogamos a Simão Roiz Henriques que este nosso testamento nos escrevesse e pela testadora não saber assinar rogou a mim dito Simão Roiz assinasse por ela a que fiz a seu rogo.- Amaro Alves Tenório - Assino pela testadora - Simão Roiz Henriques.

Aprovação: aos sete de novembro de mil e seiscentos e quarenta e quatro anos, nesta vila de são Paulo.

Cumpra-se este testamento como nele se contem. São Paulo 10 de novembro de 1645 anos. Fernando de ------

Cumpra-se São Paulo 25-12-645.

Testamento de Amaro Alves Tenório e de sua mulher Anna de Siqueira aprovado por mim tabelião Manoel Soeiro Ramirez.

 

fls. 30: certifico eu Pe. Fr. Domingos Dalves prior do Convento de N.; Senhora do Carmo que recebi de Amaro Alvres Tenório tres patacas de acompanhamento da defunta sua mulher Anna de Siq.ra . Hoje 8 de janeiro de 1645.

 

Digo eu Suzana Roiz moradora nesta vila, que ha muito estou paga e satisfeita do Capitão Amaro Alves Tenório de 1$600 rs que foram botados em inventário que se fez por falecimento de sua mulher Anna de Siqueira, que Ds. haja. 22 de janeiro de 646. Escrevo a rogo de Suzana Roiz, Roque Furtado Simões.

 

Recibos e quitações.

 

fls. 32: digo eu Fr.co Miz marido que sou de M.ª Freire que nós estamos entregues de uma negra por nome Caterina do gentio da terra que deixou a defunta Anna de Siqueira a sua irmã M.ªa Freire e a seu marido Fr.co Miz. E pedi a Pantalião de Pena este fizesse e como testemunha assinasse. Hoje 11 de N.bro ---------.  Fr.co Miz Barsellos -

 

fls. 33: digo eu Joanna Freire que recebi de meu cunhado Amaro Alz. Tenório (...) que me deixou minha irmã Anna de Siqueira, e roguei a Fran.co Miz, esta por mim fizesse e assinasse. Hoje 11 de novembro de 1645. Assino como testemunha Fran.co Miz Barsellos - Joanna de Siq.ra

 

Lembranças que faz Amaro Alvres Tenório do que deve (entre elas):

fls. 34:

- M.el Frz. genro de Cristovam Frr.ª me deu quatro ou cinco arateis de ferro pouco mais ou menos (...).

- devo a Bras Roiz Arzão sete ou oito aratés de ferro.

- devo a M.el Alvares Preto sete aratés e meio de ferro (...).]

 

fls. 36:

 declaro que se dê a minha sobrinha M.ª Folgada um serviço a seu gosto dos que meu filho troxer do sertão e em caso que meu filho venha perdido do sertão e não traga nada em tal caso se lhe dê um rapagão por nome Julião o que assim ordeno e mando e satisfação de um moço que pertencia a dita órfã que levei ao sertão e lá faleceu, o qual era velho e torto por nome Simão.

 

Declaro que um mancebo por nome Ant.º Gomes, que veio com P.º Taques da Bahia me deu sete ou oito aratés de ferro que ele declarará (...).

 

Declaro que tenho uma tenda de ferreiro que é minha, a saber (...) e é pertencente ao dito oficio que meu irmão Clemente Alveres declarará.

 

fls. 37

(...) mando se cumpra e guarde e a meu rogo me escrever meu Cop.e Calixto da Mota estando juntos abaixo assinados o qual se cumpra como neste test.º hoje oito dias do mes de novembro de 1645. Calixto da Mota - Fr.co Miz Bonilha - Amaro Alves Tenório - Pantalião da Pena - Alberto Pires - Thomas Dias.

 

Declaro que devo a meu primo P.º Roiz planta digo P.º L.ço cinco varas de pano de algodão (...).

 

fls. 38

Declaro que em caso que não venha os testamenteiros e curadores que tenho nomeado a meus filhos a falta até eles virem sirva de testamenteiro e curador de meus filhos Fran.co Frz. de Siq.ra

As ferramentas que tenho e algumas criações tudo declarará o dito M.el Glz.

Declaro que o sitio em que morava dos Pinheiros são terras que meu pai comprou a Matias dolivr.ª e a outras pessoas nas quais terras tenho a minha parte, e assim mais tenho minha parte nas terras de Ibituruna que me coube por morte de meu pai.

 

fls. 39

E assim mais tenho partes em outras terras que ficaram por morte de meu pai e mãe o que constar mais largamente pelo inventário de meu pai Clemente Alvares e pelas cartas que estam em poder de minha madrasta Ana de Freitas.

A Fr.co Ribr.º casando com minha irmã Ana do --------- a dotei e lhe tenho dado tudo o que prometi e entreguei tirando um bofete para o qual dei a D.os Artigua taboas para lho fazer mando se pague ao dito Artigua o feitio e o bofete se entregue ao dito Fr.co Ribr.º e assim mais se lhe entregara um catre que está em minha casa que já lho entreguei e assim mando se lhe entregue uma caixa que está em poder de M.el Frz. Teves.

Ao dito Fr.co Ribr.º prometi de lhe fazer na roça umas casas de dois lances pequenas de taipa de mão cobertas de palha para ajuda da qual casa se lhe ofereceram meu cunhado Fr.co Frz e meu irmão Ant.ºAlvres, e assim peço ao dito meu cunhado e meu irmão com a minha gente, fassam a dita casa onde ele disser e a eles de tambem sua ajuda com seus negros. (aparentemente houve engano de impressão. Fr.co Ribr.º seria Pedro Ribeiro e Fr.co Frz, Pedro Fernandes, ambos cunhados de Amaro).

 

Este rol mando que se cumpra e guarde como meu testamento. -- de novembro de 645 e vai por mim assinado com as .........

 

Uma egoa que ficou por morte de meu pai e não era botado em inventário de que tenho a minha parte e meu tio João Pais sabe disso.

 

Mando se entregue a minha tia Elvira Roiz o seu ferro e aço e o de Braz darzão.

A Inez Siq.ra viúva se lhe dará quatro aratéos de ferro (...).

 

fls. 40:

Amaro Alveres Tenório - Calixto da Motta - Simão Roiz Henrique - Fr.co de Siqr.ª - Thomas Dias - Manoel Borges Cabral - M.el Cardozo.

Fran.co de Paiva tem uns escoprinhos e um ferro de farlopa (...)

A meu sobrinho Fr.º Barreto devo um ferro de garlopa e um ferro de sipilho.

 

Título dos filhos:

- Romão. de idade de 12 anos;

- Amaro, de nove anos

- Francisco, de idade de 8 anos

- Inasio, de 7 anos.

- Manoel, de 6 anos

- Maria, de 3 anos.

Todos pouco mais ou menos.

 

Avaliações, Gado, cavalgaduras, ferramentas,

 

fls. 43: aos  3-1-1646, nesta paragem chamada ?Tapisape, continuação dos beneficios deste inventário.

Dividas que devem ao casal, dividas que esta fazenda deve (entre elas) a:

- Manoel Fernandes Teves 8$340 rs.

- Manoel Lopes Carvalheyro

- Antonio Alveres

- a Suzana Roiz 1$600 rs.;

 

Gente forra.

 

liquido da fazenda para partir entre o viúvo e os menores (6 órfãos) 18$570 rs.

As legitimas foram entregues a seu pai Amaro Alveres como seu legitimo administrador.

 

fls. 46:

Curador alidem dos órfãos: a Clemente Alveres Tenório

Partilha de gente forra:

- quinhão do viúvo

-  se tira da terça uma negra de nome Caterina com duas crianças para se entregarem a quem a defunta deixou na sua terça, e fica de remanescente para a menina Maria que lhe deixou sua mãe, as quais peças foram entregues a seu pai como seu legitimo administrador.

- quinhão das peças que ficaram para os órfãos, em que cabe a cada um duas peças e ficam duas por partir,

 

fls. 50: a defunta Anna de Siqr.ª fes este testamento e juntamente seu marido, que foram ambos testadores, ele vive, ela é falecida, e ele como testamenteiro fará e satisfará os legados (...). 17 fevereiro 662.

 

As dividas deste inventário estão todas pagas, a de Mel. Frz. Teves tem lhe pago logo e ele se foi para o Rio de Janeiro e me levou de mais a mais 4$200 rs., a divida de Antonio Alvez meu irmão lhe paguei quando partiu para o sertão donde faleceu, as demais dividas todas tenho pagas e não cobrei recibo por me parecer não seria necessário. São Paulo 22 de fevereiro de 1662.

 

fls. 52