PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
MIGUEL PIRES e MARIA TENÓRIA
Ubatuba
(atualizado em 26-setembro-2017)
Regina Moraes Junqueira
Entre a “Paz de Iperoig”, firmada pelos portugueses com a confederação dos índios tamoios em 1563, e a fundação de Ubatuba em 1637, muita história ficou por ser contada.
Conflitos recomeçaram pouco depois da pacificação, com ataques de portugueses aprisionando índios e contra ataques dos tamoios assolando as fazendas dos portugueses. A região de Iperoig, atual Ubatuba, só viria a se tornar segura em fins do século XVI, com a expulsão dos franceses da baia de Guanabara e a destruição das aldeias tupinambás. Somente então, para garantir a posse das terras reconquistadas, sesmarias foram concedidas a colonizadores dispostos a ocupar o território.
Conta a historiografia que os primeiros sesmeiros da região de Ubatuba foram Gonçalo Correa de Sá e Martim de Sá, Belchior Conqueiro, Miguel Pires de Isasa, Inocencio de Unhate, Jordão Homem da Costa. São tidos como os primeiros colonizadores da região.
Nessa época, primórdios do século XVII, antes da fundação da vila, encontramos duas viúvas- Maria Alves e Joana Rodrigues- que ali viviam com suas casas, fazendas, terras, escravos, filhos e netos. Elas, com certeza, fazem parte da história do povoamento e fundação da Vila Nova da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba.
I - Maria Alvares
Das origens de Maria Alves ou Alvares nada se sabe. Antes da fundação de Ubatuba, vivia ela em suas terras, parte das quais doou a Jordão Homem da Costa para que ele pudesse distribuir datas aos povoadores. Na ocasião ainda não havia cartório de notas, razão pela qual anos depois o mesmo Jordão Homem pediu ao juiz Diogo Conqueiro que transcrevesse a escritura de doação em livro próprio, o que foi feito.
AESP 1º lv de Registros de Ubatuba – Pesq Rodnei Brunete da Cruz – transcrição e resumo nosso- Fl 07 a 08 - Treslado de uma escritura ...
02-08-1640 foi o tabelião à casa da viúva Maria Alvares “que era contente” assim como seus filhos Pedro Alvares Rodrigues e Miguel Pires e suas mulheres e João Manso como herdeiros (legaram meia legoa de terras em quadra ao Capitão Jordão Homem da Costa) “por coanto vem a fazer a villa e igreja gastando de sua fazenda por provisão que tem da senhora condessa dona marianna de souza guerra.... E assim o havemos por bem e tiramos todo o domínio e poder ... pera que o dito Capam os posa dar aos ditos povoadores... sendo por testemunhas Diogo Conqueiro e João Antº e assinará pela senhora Maria Alvares seu neto alvaro Rodrigues e pela molher de pedro alvares Rodrigues André Vieira e pella molher de Miguel Pires Diogo Dias e eu escrivão a fiz e assignei e escrevi Antonio Caldeira assigno pela senhora viúva Maria Alves minha avó alvaro Rodrigues // Miguel pires – Pedro alvares Rodrigues ..iogo Conqueiro // João Antonio Malio Asigno pela minha tia Maria Tenória diogo dias // assigno pela senhora minha sogra Custodia Duarte Andre Vieira Pachequo.”
12-05-1645 – Jordão Homem da Costa apresenta ao juiz ordinário Diogo Conqueiro uma escritura feita a tempos onde se via que ele Capitão mor “veio fazer esta villa e tomar posse dela e por não haver no dito tempo justiça nem livro de notas pera pera por ela constar a verdade ...” O juiz mandou que o escrivão “botase a dita escritura no livro de notas”.
Cabe aqui uma nota importante:
Os papéis que pertenceram ao Cartório do Primeiro Oficio de Ubatuba, foram consultados por A. Paulino de Almeida que transcreveu e publicou umas poucas folhas na Revista do Arquivo Municipal em 1937, sob título “Tricentenário de Ubatuba”. Na ocasião o autor anotou que o documento tinha 44 folhas, faltando as três primeiras e as ultimas.
O primeiro Livro de Notas de Ubatuba, cobrindo o período de 1645 a 1653, hoje está guardado no Arquivo de Estado de São Paulo. Os manuscritos foram consultados pelo pesquisador e genealogista Rodnei Brunete da Cruz que gentilmente nos forneceu uma cópia. A ele nossos mais sinceros agradecimentos.
De onde vieram essas terras de Maria Alves, tão bem situadas no plano urbano da vila de Ubatuba? Pela situação privilegiada, deveriam fazer parte das primeiras sesmarias distribuídas na região. Entre essas sesmarias, há uma dada a Miguel Pires (ou Peres) de Isasa. E entre os filhos de Maria existe Miguel Pires ou Peres, que em alguns documentos aparece como Miguel Pires o moço, pressupondo a existência de “o velho”. Como boa probabilidade, creio que Maria Alves foi casada com Miguel Pires (ou Peres) companheiro de Jordão Homem nos primórdios do povoamento de Ubatuba. Um dos filhos herdou o apelido da família materna (Alvares Rodrigues) e o outro homenagearia o pai.
Possibilidades e probabilidades não fazem genealogia, fica aqui apenas como anotação para futuras pesquisas. Lembrando ainda que o nome “Miguel Pires” acompanhou por muito tempo e lugares a descendência de Maria Alves. Ainda, somente a titulo de curiosidade, o apelido “Isasa” é de origem basca, onde ficava o solar de mesmo nome e “Miguel de Isasa, Señor de esta Casa, fué Capitán de Infantería de la gente con que el Valle de Oyarzun sirvió a Felipe II en 1558...”
O que se pode lastrear em documentos é que Maria Alves vivia em 1640, já não mais em 1645. Foi mãe de:
I-1 Pedro Alvares Rodrigues casado com Custodia Duarte (tia de Diogo Conqueiro - juiz ordinário em Ubatuba).
Tiveram ao menos:
I-1-1 Alvaro Rodrigues. Em 1640 assinou pela sua avó na escritura de doação de terras
I-1-2 filha casada com Andre Vieira Pacheco que assinou pela sogra em 1640. Em 1653 ele estava casado com Maria Cardoso.
1º Lv de Notas de Ubatuba - 19-07-1653- Procuração Bastante que faz Andre Vieira Pachequo e sua mulher Maria Cardoza a João Ribeiro e outras pessoas. Entre as testemunhas: Leonardo Carneiro e Pedro Alves Rodrigues, o moço.
I-1-3 filha casada com Leonardo Carneiro de Paiva, procurador dos sogros em 1645.
1º Lv de Notas de Ubatuba -Fls 11 - 25-09-1645 - Escritura de composição amigável entre as partes João Rodrigues Crespin e sua mulher Maria Tenoria e Pedro Alves Rodrigues e sua mulher Custodia Duarte - Em casa de João Rodrigues Crispin, presentes sua mulher Maria Tenoria, Manoel Tenorio tutor dos filhos de Miguel Peres, Leonardo Carneiro de Paiva procurador de Pedro Alves Rodrigues e sua mulher Custodia Duarte, seu sogro e sogra (Pedro não compareceu por estar doente). Referente a 22 mil reis valor de uma escrava da Guine, da qual Maria Tenoria tinha a metade.
I-1-4 Na duvida - Pedro Alvares Rodrigues, o moço. Este pode ser filho de Pedro Alvares ou de Miguel Pires, ainda assim neto de Maria Alves.
I-2 Miguel Pires casado com Maria Tenória, II-6 abaixo
II – Joana Rodrigues
.... E declaro que tenho mais uma filha bastarda a qual tenho casada com José Brande e se chama Joanna Rodrigues e lhe dei certa cópia de fazenda no que lhe fizemos eu e minha mulher Suzanna Rodrigues escriptura a qual me reporto.
Martim Rodrigues – 12 de março de 1603- Sertão dos Patos, entrada de Nicolau Barreto.
Joana, segundo o testamento do pai (SAESP vol. 2º neste site) já estava casada em 1603. Tida por bastarda, era filha de “negra da terra”. Casou com José cujo apelido deveria ser de difícil entendimento para os ibéricos. Foi grafado como Planc, Brante, Planta, Brande. Era analfabeto mas foi homem de confiança do sogro, comprando mercadorias, fazendo encomendas, como se vê no caderno de notas de Martim Rodrigues. Tanto Silva Leme como Carlos da Silveira o chamam de Jorge, mas em todos os muitos documentos que consultamos sempre encontramos José ou Zuze, carpinteiro, alemão de nação:
Atas da Camara da Villa de S. Paulo – Vol II, 1596-1622 - Archivo Municipal de S Paulo ,1914
Fl 438 - termo de juramto dado a jose pranta e andre frz tecelão
e loguo na dta câmara o juiz bartolomeu gjz foi dado juramento aos santos evangelhos ... a andre frz tecelão e jose pranta carpintrº pª que bem e verdadeiramente sirvão de quadrilheiros...... Anfre Frz – bartº glz- de joze+pranta- (corria o ano de 1620)
fls 441 -Termo de juramto dado a joze pranta pª servir de carcereiro desta cadea
E logo na mesma câmara acordarão fazer carcereiro desta cadea e per votos fizeram jose pranta aqui mor ao qual foi loguo dado juramento... joze +pranta
Fl 447- Camara aos 16 dias de setembro (1620)
E logo no mesmo dia e ano se juntarão os oficiais a saber vreador gaspar da costa e o juiz Bartolomeu glz e o procurador do conselho frco Jorge e não estavam os outros presentes por serem idos e mandarão soltar a zuze prta que estava preso por mandado da câmara per não querer servir de casareiro que servia há mais de hu mês.....
Fl 458 -Termo de como zuze pranta foi desobrigado de casareiro
Ao derradeiro dezembro de mil e seis sentos e vinte e hu (era vinte, o escrivão provavelmente escreveu a ata em janeiro do ano seguinte) por ser passado o dia de natal... apareceo zuze prta que foi elegido por casareiro qual recusando a iso mostrou ter sete filhos machos e que el rei nosso snõr ho liberta de semelhantes cargos e juntamte provou ser aleman de nasão dos quais el rei nosso seõr juntamte de grandes previlegios ele desistir do dito cargo de casereiro.. (foi desobrigado)
Inventarios e Testamentos, Archivo do Estado de S Paulo, Vol II,
Inventario de Martrim Rodrigues Tenorio
Fl22 - E declaro que tenho mais uma filha bastarda a qual tenho casada com José Brante...
Fl 59- Conta com José Planta
Fl 66 a 69
Devo a Jose Planta...(maio de 1602)
Tenho pago a Jose Planta...(1602)
Não devo nada a Jose Planta mas ele me deve.. (agosto de 1605)
Fizemos conta eu e Jose Planta a 14 de setembro de 1605..
Devo a Jose Planta...(maio de 1606)
Fizemos conta José Planta e eu hoje 14 de abril..
Fiquei lhe devendo... (maio de 1608)
Jose Planta me emprestou em o mar...(junho de 1608)
Hoje segundo de agosto rematamos contas eu e José Planta de tudo o quanto me deve e devo alcanço-me em oito pesos os qauis lhe hei de pagar em farinha de guerra a como andar aqui em Birapueira 1608 annos.
Em 1620, morador em São Paulo, José comprovou ser pai de sete filhos homens, o que o desobrigou de servir como carcereiro. Desses sete filhos machos encontramos referencia a cinco. A prole de Joana e José adotou via de regra os apelidos de origem materna como Rodrigues e Tenorio, que marcou a descendência de Martim Rodrigues. Por vezes aparece um “Planta” ou mais diretamente “Alemão”.
Inicialmente o casal morou em São Paulo, mas em algum momento, casada ou já viúva, Joana se mudou para o litoral onde a encontramos nos primeiros documentos de Ubatuba, e onde também moravam vários de seus filhos, q.d:
II-1 Manoel Tenório, em 1645 era tutor de seus sobrinhos, filhos do falecido Miguel Pires e Maria Tenória. Ou Manoel Rodrigues Planta, procurador de Miguel Pires, o moço, no inventário de Antonio da Silva – SAESP, vol 10º, neste site.
1º Lv de Notas de Ubatuba Fls 10
25-12-1645 - Manoel Tenorio, tutor e curador dos filhos de Miguel Peres, vem dar como fiadora sua mãe, Joana Rodrigues, viúva.. Leonardo Carnrº de paiva foi testemunha.
Foi o primeiro marido de Maria Martins, de quem teve três filhos e uma filha. Entre eles:
II-1-1 Tiburcio Machado Homem casou com Maria da Silva Gil, natural de Ubatuba, filha de Manoel da Silva Gil e Maria Pires. Geração em 1-2 abaixo.
Maria Martins foi casada segunda vez com Cap. Miguel Fernandes Edra, sem geração. Cap. Miguel era filho de Bento Fernandes e Maria de Freitas, neto materno de Jorge de Edra e Paula Fernandes, esta inventariada em S. Paulo em 2-11-1648 (SAESP vol. 35º). Faleceu com testamento de 06-julho-1665 com cumpra-se de 6-agosto-667 - família Jorge de Edra e s/m Paula Fernandes, neste site.
II-2- Simão Rodrigues – em 1650 ajudou a compor o patrimônio do sobrinho Miguel Veloso
1º Lv de Notas de Ubatuba Fls 26
20-04-1650 – Escritura de doação que faz Joana Rodrigues e seus filhos Manoel Tenorio e Simão Rodrigues a seu neto e sobrinho Miguel Veloso. Doaram legoa e meia de terras para o patrimônio de Miguel que ia se ordenar.
Ass de Manoel + tenorio, Simão Rodrigues, Pedro Alvares (rodrigues)
II-3 Pedro, ou Pedro Tenório Alemão segundo Carlos da Silveira em seus “Subsídios”. Faleceu antes de abril de 1649 deixando ao menos três filhos tutelados pela avó paterna:
II-3-1 Domingos
II-3-2 Antonio
II-3-3 Catarina
1º Lv de Notas de Ubatuba Fls 18- 06-04-1649 Procuração que faz Joana Rodrigues dona viúva a seus filhos Manoel Tenorio e João Tenorio - Disse Joana Rodrigues que ela era tutora e curadora de dois netos que ficaram por falecimento de seu filho Pº, chamados Domingos e Antonio e uma menina chamada Catharina. Fazia seus procurador na vila de Ubatuba e seu filho Manoel Tenorio e Leonardo Carneiro, na vila de Angra dos Reis da Ilha Grande a seu filho João Tenorio e Antonio Gonçalves, no Rio de Janeiro a seu filho Miguel Roiz
II-4 Miguel Rodrigues – procurador da mãe no Rio de Janeiro
II-5 João Tenório – em 1649 foi procurador de sua mãe em Angra dos Reis
II-6 Maria Tenório casada com Miguel Pires I-2, que segue
Netos de Joana Rodrigues, sem referencia a pai ou mãe, provavelmente filhos de filhas:
II-?-1 Diogo Dias, assinou pela tia Maria Tenoria
II-?-2 Miguel Veloso, em 1650 habilitava-se ao sacerdócio e recebeu doação da avó Joana, e dos tios Manoel e Simão para compor seu patrimônio
Miguel Pires e Maria Tenória
Miguel Pires, muito provavelmente Miguel Pires, o moço, credor no inventário de Antonio da Silva. Morador a principio em Santos, mudou-se para Ubatuba, onde viveu em companhia da mãe, irmão, sobrinhos e mais parentes.
Casou com Maria Tenória, filha de Joana Rodrigues e José Planta. Miguel vivia em agosto de 1640, quando assinou escritura de doação de terras a Jordão Homem da Costa para formação da Vila de Ubatuba. Faleceu entre 1640 e 1643 quando sua viúva fez um acordo com Pedro Alvares Rodrigues, por si e por seus filhos órfãos, transcrito nas primeiras folhas do Livro de notas já citado. À margem do documento, “1640-1643”
Em 1645 Maria Tenória estava casada com João Rodrigues Crispim, quando impugnou o acordo que fizera com o cunhado.
1º ivro de Notas de Ubatuba - Fls 08v a 09v - Petição “que fez Maria Tenoria mulher que foi de Miguel Peres defunto” Vila de Santa Cruz, 15-12-1645 Maria Tenoria, mulher que foi de Miguel Peres já defunto, estando novamente casada com João Rodrigues Crespin faz uma petição para que seja revisto um acordo feito com Pedro Alvares Rodrigues quitando uma divida de 26 mil reis com o irmão Miguel Peres, de resto da herança de Maria Alvares, mãe de ambos. Isso porque Diogo Conqueiro juiz ordinário, que “fez” as escrituras de composição amigável, era sobrinho da mulher de Pedro Alvares Rodrigues e por isso era suspeito para exercer sua autoridade na dita escritura. Ela Maria Tenoria se sentia enganada e pedia que a divida fosse paga para proteção dos órfãos seus filhos e filhas.
Há um despacho para Manoel Tenorio, tutor dos órfãos filhos de Miguel Peres e para Joana Rodrigues sua mãe.
Miguel Pires e Maria Tenória tiveram filhos, órfãos tutelados por Manoel Tenório, entre eles:
1- Maria Peres ou Pires, moradora em Ubatuba, casada com Manoel da Silva Gil, natural de Viana-PT. Pais ao menos de:
1-1 Miguel Peres da Silva. Em 1685 pediu dispensa para se casar com sua parenta Ines Monteiro, filha do Capitão Mor Lucas de Borba Gato e sua mulher Maria Luiz Monteiro ou Pires, neta paterna de Belchior de Borba e Ana Rodrigues, a qual era filha de Elvira Rodrigues, meia irmã de Joana Rodrigues.
ACMSP – Processo de Dispensa para Miguel Pires e Ignes Monteiro - 03-01-1685
Parentes no 4º grau de consanguinidade porque:
Elvira Rodrigues e Jo--- Roi- foram filhas de Martim Rodrigues
De (Joana Roiz):nasceu Maria Tenoria e desta Maria Peres mãe do orador.
De Elvira Rodrigues nasceu Ana Rodrigues mãe de Lucas de Borba, pai da oradora Ines Monteiro.
E a oradora “hua noite com o dito Miguel ( )e se não cazar com ele não acha com quem se cazar a não ser o dito.
Miguel Peres tem parte do gentio da terra por sua bisavó Joana Rodrigues, filha de uma negra da terra .
testemunhas
Melchior de Borba morador nesta Villa, do costume disse nada (!). Disse que conhecia os oradores, que eram parentes em 4º grau por Elvira Rodrigues e Joana Rodrigues, filhas de Martim Rodrigues. Da qual Joana Rods nasceu Maria Tenória e desta Maria Pires mãe do orador, De Elvira Rdz nasceu Anna Rodrigues mãe de Lucas de Borba Gato, pai da oradora. Que a oradora está “infamada” pelo orador. Que Miguel Peres tem ( ) da terra por sua --- Joana Rodrigues filha -- –in() da terra.
Antonio Rodrigues Machado, nesta Vila morador, parente por afinidade dos oradores.
-- Gomes Albernaz disse que a bisavó de Miguel Peres, Joana Roiz, era filha de uma negra da terra.
Ines foi batizada aos 11 de abril de 1667 em São Paulo e, segundo informações de Marcelo Meira do Amaral Bogaciovas, casou em Ubatuba em 21 de agosto de 1686, com Miguel Pires da Silva.
Arq de SP- Aplicação Sacerdotal de Francisco Pires da Silva - 1750
Certidão do batismo - Manoel Joiseph Vaz ... cura da Cathedral desta cidade (São Paulo) certifico em como em um dos livros de batizados desta fregsª a fl 54 se acha o assento seguinte:
Aos 11 de Abril de 667 baptizei e puz os Santos Oleos a Ignes fª de Lucas de Borba Gato e de sua Mer Maria Luis. Foram padrinhos George Velho e Ignes Montrª a moça – João Leite da Silva
Aos 21-08-168?- recebo Miguel Pires da Silva natural desta vila de Santa Cr() de Ubatuba filho de Manoel da Silva já defunto natural de Portugal da Vila de Vianna junto a Evora e de sua mulher Maria Peres natural desta villa com Ignes Monteira, filha de Lucas de Borba Gato e sua mulher Maria Luiz, naturais de São Paulo ( ) estando presentes Simãi (--) Monteiro e Melchior de Borba e Irmª Luzia da Trindade (---).
Miguel já era falecido em 1712 (banhos do filho homônimo). Viuva, Ines Monteiro seguiu para as minas com vários filhos, onde deve ter morrido depois de 1725 porque desse ano Carlos da Silveira encontrou uma escritura que ela passou no distrito do Carmo para várias pessoas.
Filhos de Miguel e Ines que se encontrou, provavelmente todos nascidos em Ubatuba:
1-1-1 Miguel Pires da Silva, Sargento Mor. Batizado em Ubatuba, em 1712 morava nas Minas do Rio das Mortes.
Arquidiocese de São Paulo - Aplicação Sacerdotal – Ano 1750
Francisco Pires da Silva - ACMSP 3-19-1767
Gaspar – Neves vigario encomendado nesta Matriz de Santa Cruz de Ubatuba (...) certifico em como nesta minha freguesia me informei pelas pessoas mais antigas e cristãos velhos a respeito da pureza de sangue dos pais do habilitando Francisco Pires da Silva e de seu avo paterno Miguel Pires da Silva e (serem os pais do mesmo habilitando naturaes desta freguesia e o mesmo avo paterno e todos christãos velhos de limpo sangue etc.)
Pediu e obteve dispensa para se casar com Ana Cabral da Silva filha de Domingos Velho Cabral e Ana de Borba Gato, esta irmã de Ines Monteiro, mãe de Miguel. Na ocasião Ana e seus pais moravam em Ribeirão do Carmo. Ana também nascida em Ubatuba onde foi batizada em 1689
ACMSP- Dispensas Matrimoniais - V 5- Est 4 Gav 1 - 07-11-1712
Miguel Pires da Silva, natural da Villa de Ubatuba e morador nas Minas do Rio das Mortes, filho legitimo de Miguel Pires da Silva já defunto e Ignes Monteyra, e Anna Cabral da Sylva, filha legitima do Cap Domingos Velho Cabral e sua mulher Anna de Borba Gatto moradores no Ribeirão do Carmo : que eles oradores vencidos incont( ) e da afeição lasciva e desordenada sem consideração algua ( ) e copula carnal e incestuosa levando (--- ---) de sua honra e virgindade infamadora sorte...) que não podem se casar, são das primeira famílias que foram serra acima aparentadas com os melhores das vilas de Taubatá, Ubatuba, pessoas de consideração. Se acham ligados em segundo grau de consanguinidade porque: Ines Monteiro, mãe do orador, e Ana de Borba Gato mãe da oradora são irmãs inteiras.
Miguel Pires da Silva, natural de Ubatuba e morador no Rio das Mortes, filho de Miguel Pires da Silva já falecido e Inês Monteiro.
Ana Cabral da Silva, filha de Domingos Velho Cabral e Ana de Borba Gato, moradora no Ribeirão do Carmo.
Testemunhas
- Capitão Mor das Minas Sebastiam Gonçalves de (Morstilho ) 0 morador e casado nas Minas, 36 anos, afinidade por parte de sua mulher com a oradora
- Pedro da Silva Ferreira, morador nas Minas
- Braz Gomes de Mattos, morador nas minas
Foram os oradores condenados a jejuar segundas, quartas e sextas feiras, mandar rezar missas para as almas do purgatório, comparecer trez domingos sem enfeites com velas na mão dentro do arco da capela maior etc.
Miguel pediu para cumprir as penalidades na Capela de seu pai e tio.
Foram pais de, entre outros (por indicação de Marcelo Meira do Amaral Bogaciovas):
1-1-1-1 Francisco Pires da Silva, habilitado de genere em 1750.
Arquidiocese de São Paulo - Aplicação Sacerdotal – Ano 1750
- Francisco Pires da Silva - ACMSP 3-19-1767
- Gaspar – Neves vigario encomendado nesta Matriz de Santa Cruz de Ubatuba (...) certifico em como nesta minha freguesia me informei pelas pessoas mais antigas e cristãos velhos a respeito da pureza de sangue dos pais do habilitando Francisco Pires da Silva e de seu avo paterno Miguel Pires da Silva e (serem os pais do mesmo habilitando naturaes desta freguesia e o mesmo avo paterno e todos christãos velhos de limpo sangue etc.)
Testemunhas arroladas: João Me--- das Neves, Martinho Glz, Margarida Morª mulher de Antº Carv. Manoel de Lara Moraes e sua mulher Maria Nunes de Abreo, --- de Abreu mulher de Manoel de Oliveira Tenorio, Maria Moreira Corrª mulher de João Pereira e João Correa da Silva, todos moradores nesta freguesia.
Nos depoimentos disseram testemunhas que a quarenta e tantos anos conheceram nesta freguesia Miguel Pires da Silva filho legitimo de Miguel Pires da Silva e de sua mulher Ignes Montera esta natural de São Paulo e o filho batizado nesta freguesia (Ubatuba) e se achava casado nas minas com Ana Cabral da Silva natural desta freguesia filha de Domingos Velho Cabral e de sua mulher Anna de Borba Gato, naturais de São Paulo e que foram moradores em Ubatuba.
Miguel Pires da Silva morador nesta freguesia e aí casado com Ignes Monteira avós paternos do habilitando, foi com mulher e filhos para as minas.
Que o habilitando era natural das minas de Guarapiranga.
Eram cristãos velhos sem sangue “imundo” etc.
Inquirição de testemunhas em Santo Antonio de Guaratinguetá –
Baltazar do Rego Pais, parente do habilitando em grau remoto, 53 anos, morador nesta vila.
Não sabia donde era natural Miguel Peres da Silva, mas conheceu muito bem os avós maternos do habilitando que moraram em Guaratinguetá, donde era natural Domingos Velho Cabral e aí foi morador por algum tempo, mudou para Pindamonhangaba e dali para Ubatuba e “ultimamente nas minas gerais”. Que Domingos era das principais famílias desta vila, legitimo cristão etc.
José do Rego Barbosa, parente do habilitando. - Disse que Domingos nasceu em Guaratinguetá, fora morador em Pindamonhangaba, casado com Anna de Borba Gatto e se foram para as minas gerais onde ele faleceu. Era legitimo cristão velho.
-Inquirição para saber que Ignes Monteira e Anna de Borba Gatto, “naturaes desta cidade”, são limpas de sangue e cristãs velhas.
Testemunhas: Reverendo Parocho João Gls da Costa; Conego Antonio Nunes de Siqueira; Fca Maria Alvs ---;Mel Pinto Guedes; Salvador Frz; Domingos Luiz Peixoto; Sebastião do Prado Cortes; Antonio Rodrigues de Medeiros; Pe Francisco Alz Calheiros, sacerdote de S Pedro, 65 anos - Conheceu Lucas de Borba e disse que ele era limpo de Sangue. Não conheceu Domingos Velho Cabral
-Certidão do batismo de Ines Monteira
Manoel Joseph Vaz ... cura da Cathedral desta cidade (São Paulo) certifico em como em um dos livros de batizados desta fregsª a fl 54 se acha o assento seguinte:
Aos 11 de Abril de 667 baptizei e puz os Santos Oleos a Ignes fª de Lucas de Borba Gato e de sua Mer Maria Luis. Foram padrinhos George Velho e Ignes Montrª a moça – João Leite da Silva
Certidão do Batismo de Miguel Pires da Silva passada pelo parocho de Ubatuba
Aos três? dias do mes de Fevereiro de mil seicentos e oitenta e --- baptizei e puz os Santos Oleos a M(igu)el filho de Miguel Pires da Silva natural desta m------ sua mulher Ignes Mo( )
No mesmo livro - Aos 23-07-1689 baptizei e puz os Santos Oleos a Anna filha de Domingos Velho Cabral natural da vila de goratingueta e de sua mulher Anna de Borba natural da Villa de São Paulo e foram Padrinhos Jo() da Silva e Anna Maria
Aos 21-08-168- recebo Miguel Pires da Silva natural desta vila de Santa Cr() de Ubatuba filho de Manoel da Silva já defunto natural de Portugal da Vila de Vianna junto a Evora e de sua mulher Maria Peres natural desta villa com Ignes Monteira, filha de Lucas de Borba Gato e sua mulher Maria Luiz, naturais de São Paulo ( ) estando presentes Simãi (--) Monteiro e Melchior de Borba e Irmª Luzia da Trindade (---).
1-1-2 Ana de Assunção. Batizada em Ubatuba aos 24 de agosto de 1709. Casou com o Capitão Mor Teodósio Ribeiro de Andrade, natural da Vila de Bastos, Arcebispado de Braga. Pais ao menos de:
1-1-2-1 Angela Maria da Encarnação, casou com o Ajudante Luiz Antonio de Queiroz Vasconcelos, natural de S Estevão de Gerais do Arcebispado de Braga, filho de Felipe Barbosa e de Rosa de Queiroz. Foram moradores em Guarapiranga onde nasceu:
1-1-2-1-1 Luciano Barbosa de Quadros, habilitou-se ao sacerdócio em 1782 (por indicação de Marcelo M.do A. Bogaciovas).
Em seu processo de habilitação constam os nomes de três tios avós.
Arquidiocese de São Paulo-Aplicação Sacerdotal – Ano 1782
Luciano Barbosa de Queiros - ACMSP 3-74-1964
28-08-1782 – assentada da inquisitória remetida pelo Bispado de Marianna a favor do habilitando
26-12-1782 – juntada das informações vindas da Villa de Ubatuba
Luciano Barbosa de Quadros, natural e batizado na de N Sra da Conceição de Guarapiranga Bispado de Marianna, filho legitimo do Ajudante Luiz Antonio de Queiroz Vasconcellos, natural da freguesia de S. Estevão de Gerais Arc. Braga e de D. Angela Maria da Encarnação, natural da freguesia de Guarapiranga, np de Felipe Barbosa e de D. Rosa de Queiroz, naturais da predita freguesia de S. Estevão do mesmo Arcebispado de Braga, nm de Anna da Assunção, natural de Ubatuba, (filha de Miguel Pires da Silva e Ignes Monteira) e do Capitão Mor Theodosio Ribeiro de Andrade, da vila de Bastos do mesmo arcebispado. Nove testemunhas depuseram afirmando ser ela limpa de sangue.
Depoimento de Manoel Dias Tenório, natural e batizado em Ubatuba, disse que não conheceu Anna da Assunção porque quando ela foi para as minas com sua mãe cujo nome não lembra por passar muito tempo e mais seus irmãos João Pires, Salvador Pires e D Michaella; era de menor idade; e da mesma forma conheceu seu pai Miguel Pires e que sabia que era natural e batizada nesta freguesia de Ubatuba; que de Theodosio Ribeiro de Andrade, avô materno do habilitando nada sabia
Manoel Dias Cardoso natural e batizado na freguesia da vila de São Sebastião – sabia que Anna da Assunção era natural de Ubatuba mas cedo se ausentou para as minas na companhia de sua mãe Ignes Monteira e de seus irmãos e que nessa época já era falecido seu pai Miguel Pires; e que nada sabia do Cap Mor Theodosio Ribeiro de Andrade.
Cap José Barbosa da Silveira, 64 anos,natural de Guarantingueta e morador nesta vila de Ubatuba, viuvo. Sabia dos mesmos fatos por ouvir dizer.
Anna de Borba, natural e batizada em Ubatuba e nella moradora, viúva 53 anos pouco mais ou menos. Mesmos fatos, afirmando que quando Anna da Assunção, irmãos e mãe foram para as minas o pai, Miguel Pires já era falecido. Por ser mulher e não saber ler nem escrever assinou a rogo Joaquim Martins de Aguiar.
José Nunes da Costa – repetiu os mesmos fatos, dizendo que ouvira muitas vezes de seus falecidos pais e que Miguel Pires, pai de Anna da Assunção, faleceu em Ubatuba e só depois Ignes Monteira foi com os filhos para as minas.-
Lv de Batismos da Freguesia de Ubatuba, fl 36 – Aos 24-08-1709 batizei e puz os Santos Oleos a Anna filha legitima do Capitão Miguel Peres da Silva e Ignes Monteira. Padrinhos: Andre Gonçalvers Chaves e Maria Pires.
1-1-3 Micaela da Silva, referida como Dona Micaela no processo de habilitação sacerdotal do sobrinho neto Luciano supra. Segundo Carlos da Silveira em 1754 vivia em Ubatuba no estado de viúva.
1-1-4 João Pires Monteiro, que também foi para as minas com a mãe. Segundo Carlos da Silveira também se chamou João Pires da Silva.
1-1-5 Manoel de Santa Ines, frei, citado por Carlos da Silveira
1-1-6 Salvador Pires Monteiro, também ido para as minas com a mãe e irmãos, conforme lembrança de testemunhas no processo de habilitação citado.
Comparar com o Capitão Mor Salvador Pires Monteiro casado com Margarida Ribeiro de Escobar, família Salvador Pires Monteiro, neste site.
1-2 Maria da Silva Gil. Segundo Carlos da Silveira: “Se não me engano o Capitão Miguel tinha irmã em São Sebastião em 1723: Maria da Silva dona viúva, mora onde morou o defunto seu irmão Miguel Pires”.
Maria da Silva de fato foi moradora em São Sebastião onde ditou seu testamento aos 20 de outubro de 1728. Nele declarou ser filha de Maria Pires e de seu marido Manoel da Silva Gil. Foi casada com Tiburcio Machado Homem, filho de Manoel Tenório e Maria Miz.
Arq do ESP -Processo 12030, nº de ordem C05488- doc nº 009
Autuação de Prestação de contas de Testamento
Maria da Silva, testadora
Anna Machada- Testamenteira
Ano – 1740 - Local – São Sebastião
Testamento - 20-10-1728
Maria da Silva Gil doente de cama
Primeiramente (encomendou a alma, missas etc).
Rogou ao Cap Ignacio Preto de Oliveira, a filha Anna Machada da Silva que fossem seus testamenteiros.
Declaro que sou natural da Villa de Ubatuba filha de Manoel da Sa Gil e sua mulher Maria Peres (Pires em outro termo). Declaro que fui casada em face da Igreja com Tiburcio Machado Homem filho legitimo de Mel Tenório e sua mulher Maria Miz? de cujo matrimonio tivemos dois filhos e hua filha – Gaspar Machado, Pedro Machado e Anna Machado os quais são meus herdeiros. Declaro que Gaspar Machado foi casado com Anna Luiz moradora nas minas de Guarapiranga a cujo filho ------ por morte de seu pai
Declaro que tenho um contrato? ---meu genro Diogo de Lara de cincoenta mil reis cujo contrato ---minha mae Maria Peres
Neta Micaela filha de minha filha Ana Machada
Possuia uma sorte de terras na paragem Ita---- junto das terras de Mel Tenório e seus irmãos.
Domingos da Costa --- assina pela testadora
No levantamento da testamentária está que deixou uma rapariga e uma saia a sua neta Michaela e desse legado não havia clareza.
Maria e Tiburcio foram pais de:
1-2-1 Gaspar Machado da Silva, casado com Ana Luiz de Borba, moradores em Guarapiranga.
Gaspar foi para as minas mas mantinha propriedades em Ubatuba e na Ilha de São Sebastião. Nessa ilha Gaspar ditou seu testamento em 30-04-1712. Aos 12 de maio seu corpo já estava sepultado no Convento de N Sra do Amparo da Vila de São Sebastião. Em setembro do ano seguinte Ana, já casada novamente, deu inicio ao inventário dos bens do casal.
Ana era irmã de Ines Monteiro do n 1-1 supra. È a filha do Capitão Lucas de Borba Gato e Maria Pires a que se refere Carlos da Silveira (e outros autores) “4- Uma filha cujo nome não pude determinar, casada com Mateus de Souza, viajante, ao que parece, e dava-se como morador no Guarapiranga em 1725”. De fato Ana Luiz, ainda na inventariança de seu primeiro marido, estava casada com Mateus de Souza.
Acervo Histórico da casa Setecentista de Mariana
Auto nº 2.464 - Inventario – Ano 1713
“Anno de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil setecentos e treze annos aos trinta dias do mês de Setembro nesta Leal Villa de Nossa Senhora do Carmo em casa do Juiz Ordinário o Capitão Roque Soares Medellas ahi perante o dito Juiz ordinário e dos orphaos apareceu Anna Luiz de Borba, viúva que ficou de Gaspar Machado e por ella foi dito e requerido que o dito seo primeiro marido Gaspar Machado era falecido da vida presente na Ilha de São Sebastião da Comarca de São Paulo com seu testamento que apresentaria feito na Ilha de São Sebastião do qual lhe ficarão dois filhos menores e para se saber o que a cada hum tocaria queria fazer inventario de seos bens neste juízo”.... Brmeo dos Sanctos assina a rogo da inventariante.
TESTAMENTO - 03-04-1712
Depois das invocações pias e pedidos de missas, o testador Gaspar Machado da Silva declarou ser casado com Anna Luiz de Borba de quem teve dois filhos.
Declarou os bens detalhadamente, entre eles casas na vila de Ubatuba. Declarou dever a diversas pessoas entre elas João Luiz e o genro deste Matheus Fernandes, Paulina de Borba, o inventario de Manoel Pinto de Freitas, “minha sogra Maria Peres, a minha mãe, a legitima de meos irmãos”.Testamenteiros o Capitão Feliz Barbosa de Moraes e a “a meo primo Luiz da Silva”.
Aos 12 de Maio de 1712, Gonçalo Lopes Pereira sindico dos religiosos do Convento de N Sra do Amparo da Vila de São Sebastião passou recibo dando quitação das despesas do sepultamento de Gaspar Machado, pagas pelo testamenteiro Felix Barbosa.
Traslado do inventário
Na Ilha de S Sebastião, foi chamada a declarar os bens do falecido Maria da Sylva, viúva, mãe do defunto. Assinou por ela Pedro Machado da Sylva, seu filho. Declarou que o falecido deixou viúva e filhos nas minas de ouro.
Nomeou-se avaliadores que avaliaram os bens: alguns escravos, algumas roupas, ferramentas etc. Os bens foram entregues à Maria da Silva para os entregar à sua nora e ela deu por fiador seu irmão Thomé da Silva,
Avaliação de umas peças de ouro apresentadas pela viúva Anna Luiz de Borba: uma caldeirinha, seis colheres, uma campainha, alguns botões, um cordão “do tipo antigo” e duas “bixas”, um par de brincos com suas pedrarias de cristal.
Filhos menores que ficaram do defunto Gaspar Machado
Agostinho de hidade de seis annos pouco mais ou menos
Gaspar de hidade de três para quatro annos
Nomeação do Tutor dos orphaõs aos 03-10-1713 na Leal Villa de Nossa Senhora do Carmo
Tutor: Capitão Domingos Velho Cabral “para ter manter e alimentar os ditos orfaos pelo tempo que estiverem em seu poder o que se obrigou e prometeo fazer como tutor dos ditos orphaos debaixo de juramento...”
Curador e procurador dos órfãos: Lourenço de Abreo Fragoso.
Avaliação dos bens, entre eles:
“ Duzentas e trinta braças de terra em Ubatumirim termo da Villa de Hubatuba da Comarca do Rio de Janeiro que pertencerão a inventariante por morte sua May Maria Pires –“
“Diz Anna Luiz de Borba, viúva que ficou de Gaspar Machado”... que havia um moleque que pertencia ao inventário e que fora entregue à Maria da Silva mãe do defunto e que seu “sobrinho Miguel Peres da Sylva” se obrigara por escrito a trazer e entregar o dito mulato ao tutor dos órfãos Domingos Velho Cabral.
Aos 17-03-1714 na Villa de N Sra do Carmo em casa do Juiz Ordinário o Sargento Mor Leonardo Nardy Arzão de Vasconcellos foi feita a entrega do tal mulato Manoel ao Capitão Domingos Velho Cabral.
“Diz Miguel Peres da Sylva como tio dos menores orphaos que ficaram do defunto Gaspar Machado da Silva que fazendose inventario dos bens que ficaram por sua morte ficou entregue deles a viúva sua mer e se deu por tutor aos dittos menores ao Capm Dos Velho Cabral que também já faleceo da vida presente sem que se tenha dado conta neste Juízo nem no ordinario onde se fez o do Inventario nem procedido a partilhas nelles nem a delação e demora de largos annos que de tudo tem cauzado grande deminuição nos dittos bens e em fraude dos ditos orphaos pela qual razão se deve por este ditto Juízo nomear novo tutor e se proceda na aprehenção de todos os que forem achados na mão da da viuva para se fazer a da partilha ...”
(à margem a data da juntada: 26-08-1726)
Capitão Miguel Peres da Silva nomeado novo tutor na data acima.
Andre Gomes da ---- assina por Anna Pires de Borba. Sob este nome a inventariante aparece mais vezes no processo e também apenas como Anna Pires.
“Diz o Sargto mayor Miguel Pires da Silva como tutor dos menores que ficaram do defunto Gaspar Machado da Silva ...”
“Diz Matheus de Souza por cabeça de sua mer Anna Luiz de Borba que por falecimto de seu primeiro marido Gaspar Machado se procedeo inventario no Juizo dos Orphaos por lhe ficarem dous filhos menores (razura) a partilha se acha feita a mais de sette annos ...” pede a conclusão dos autos.
Assinaturas dos herdeiros Agostinho Maxado da Silva e Gaspar Maxado.
Gaspar deixou filhos menores, tutelados sucessivamente por Domingos Velho Cabral, Miguel Pires da Silva, tio dos órfãos
1-2-1-1 Agostinho Machado da Silva, 6 anos em 1713
1-2-1-2 Gaspar Machado, 4 anos
1-2-2 Pedro Machado da Silva. Assinou pela mãe no inventário do irmão Gaspar.
1-2-3 Ana Machado da Silva, casada com Diogo de Lara. Carlos da Silveira se refere a uma carta escrita por Miguel Pires da Silva falando em noticias familiares que recebeu por Diogo de Lara. Ana foi a testamenteira de sua mãe. Tiveram ao menos:
1-2-3-1 Micaela, legatária da avó Maria da Silva Gil.
1-3 Tomé da Silva, irmão e fiador de Maria da Silva no inventário de Gaspar Machado.
Desentroncado (pode ser filho de Tomé supra ou de um irmão dele, outro filho de Maria Pires e Manoel da Silva)
1-x-1 Luiz da Silva, primo de Gaspar Machado, nomeado seu segundo testamenteiro
1-x-2 Antonio da Silva, provavelmente. Por ter um irmão Luiz da Silva, por ter negócios com Gaspar Machado, Miguel Pires o moço e outras pessoas ligadas a Ubatuba, por ter casa em Santos vizinhas as de Miguel Pires. Na duvida, creio que este foi irmão do Luiz primo de Gaspar Machado. Faleceu com testamento que recebeu o “cumpra-se” aos 27-08-1635, neste site, SAESP vol 10º.