PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
INÁCIA BARBOSA DA SILVEIRA
Inventário
Museu Regional de São João del Rei
Tipo de Documento: Inventário
Ano: 1829
Caixa: 259
Inventariada: Inácia Barbosa da Silveira
Inventariante: Padre Joaquim Leite de Faria e Souza
Local: São João del Rei
Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira
fls. 01
Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Ignacia Barbosa da Silveira de quem é testamenteiro e inventariante o Padre Joaquim Leite de Faria e Souza.
Data: 07-01-1829
Local: Vila de São João del Rei
fls. 03 - Bens de Raiz:
- uma morada de casas térreas sitas na rua do Curral desta vila 300$000
fls. 03v. - Declaração
Declarou o inventariante que a inventariada testadora faleceu em o dia dez do mês de Fevereiro do ano próximo passado de mil oitocentos e vinte e oito com testamento solene (...).
fls. 04 - Herdeiro:
- o testamenteiro inventariante Reverendo Joaquim Leite de Faria e Souza.
fls. 06 - Testamento
Em nome de Deus. Amém.
Eu Ignacia Barbosa da Silveira, preta forra de nação Mina, batizada nesta freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Vila de São João del Rei donde sou moradora, estando em meu perfeito juízo e entendimento que Deus Nosso Senhor foi e tem servido dar-me, temendo-me da morte e ignorar quando será o dia tremendo em que o mesmo Senhor me chamará a pedir-me contas e constante nos dogmas de nossa santa fé católica e verdadeira religião, faço meu testamento da maneira e forma seguinte:
Declaro que sou casada com Francisco José de Souza, preto forro já falecido, de cujo matrimônio não tivemos filhos. No estado de viúvo tendo permanecido até o presente sem que tenha descendente algum que de mim proceda.
Nomeio para meus testamenteiros em primeiro lugar ao Alferes Bento José de Faria e Souza, e em segundo lugar a Augusto Leite de Faria e Souza, e em terceiro lugar ao Padre Joaquim Leite de Faria e Souza (...).
Declaro que apartada minha alma do corpo, será envolto este em hábito de Nossa Senhora do Rosário desta vila de cuja irmandade sou irmã (...).
(..............................)
Deixo por esmola a uma rapariga chamada Ana, filha de Clementina crioula, já falecida, escrava que foi do defunto Capitão João Peixoto do Amaral, quatro oitavas de dinheiro corrente a qual presentemente assiste em casas da falecida viúva do Alferes Leonardo José da Silva e Mello.
(..............................)
Determino ultimamente que depois de pago o meu funeral, dividas que eu ficar devendo e esmolas acima mencionadas, do liquido restante que ficar dos meus bens se dividirá em três partes, uma se distribuirá em missas a saber: metade pela alma do falecido dito meu marido Francisco José de Souza, e outra metade pela minha alma, e as duas partes últimas deixo pelo meu testamenteiro que aceitar esta testamentária a quem instituo e substituo por meu único e universal herdeiro em prêmio e recompensa do zelo e trabalho que há de ter com esta dita minha testamentária e administração dos meus bens e os mais que preciso for a seu benefício.
(..............................)
(...) pedi a Guilherme José da Costa que este por mim fizesse e escrevesse (...) e assinei pelo meu próprio punho.
Vila de São João del Rei, 5 de Janeiro de 1820
Ignacia Barbosa da Silveira
Abertura:
Aos dez dias do mês de Fevereiro de mil oitocentos e vinte e oito (...) foi aberto este testamento com que faleceu a testadora Ignacia Barbosa da Silveira (...).