PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
Família “Macedo-Alckmin”, neste site.
CUSTÓDIO FERREIRA PEDROSO, alferes
Inventário
Museu Regional de São João del Rei
Tipo de Documento: Inventário
Ano: 1821
Caixa: 190
Inventariado: Alferes Custodio Ferreira Pedroso
Inventariante: Maria Emiliana de Alcamim
Local: São João del Rei
Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira
Fls. 01
Inventário dos bens que ficaram por falecimento do Alferes Custódio Ferreira da Silva, digo Ferreira Pedroso de quem é testamenteira e inventariante a viúva deste, Dona Maria Emiliana d’Alkmin
Data: 15-11-1821
Local: Vila de São João del Rei
Fls. 02
Diz Dona Maria Emiliana d’Alcamin, viúva do Alferes Custódio Ferreira Pedroso, que falecendo este na Vila de Santos, Capitania de São Paulo, aí foi a suplicante e fez proceder a Inventário e Partilha dos bens que lá se achavam adquiridos pelo mesmo finado, recebendo os herdeiros que também foram presentes as suas legítimas em razão de serem de maior idade; e porque chegou ela suplicante no dia de ontem 13 do corrente Novembro de 1821 a esta vila e sua casa, onde tem bens que precisa inventariar antes que cheguem do Rio de Janeiro cargas que fez conduzir para negócio, o que se não deve misturar com os bens existentes aqui (...).
Fls. 03 – Filhos:
01- José Máximo de Alkmin, casado
02- Rita Francisca de Alkmin, casada com João Rodrigues de Macedo
Fls. 04 – Testamento
Em nome da Santíssima Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro.
Saibam quantos este Público Instrumento virem que sendo no Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte aos dezenove dias do mês de Outubro.
Eu Custódio Ferreira Pedrosa achando-me doente de uma moléstia interior mas não de cama e sim andando de pé em meu perfeito juízo que Deus Nosso Senhor me deu e n]ao sabendo o que fará de mim por isso para por a minha alma no caminho da salvação faço este meu Testamento na forma seguinte:
(.............)
Declaro que sou natural da Freguesia de Santa Eulalia de Passos, Bispado do Porto Comarca de Pena Fiel, filho legítimo de Domingos Antonio Passos e de Mariana Ferreira, esta é falecida e o pai não é certeza.
Declaro que existo no Brasil há vinte e tantos anos por diversas terras, e sou casado a face da igreja há vinte e oito anos mais ou menos, em Minas Gerais na vila de São João del Rei com Maria Emiliana de Alkmin,filha natural de Maria Josefa de Alckmin da mesma vila, e residente na dita, de cujo matrimônio tenho dois filhos: José Máximo de Alkmin e Rita Francisca de Alkmin, esta se acha casada com João Rodrigues Macedo, que são os meus legítimos herdeiros.
Declaro que há oito anos mais ou menos, passei daquela Capitania de Minas Gerais, para esta de São Paulo e para outras mais para onde tenho andado, com o nome suposto de Antonio José Teixeira, por motivos particulares que tive para mudar o dito meu nome.
Declaro que deixo a minha mulher por minha testamenteira, em segundo lugar ao Senhor João Batista Rodrigues da Silva, em terceiro lugar ao Senhor Alferes José Martins Viana (...).
Declaro que o meu corpo será envolto no Hábito de Nossa Senhora do Monte do Carmo de quem sou indigno Irmão Terceiro da sua Venerável Ordem, em Minas Gerais (...).
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(...) e meu corpo será sepultado na Capela da dita Ordem, quero que seja enterrado na Igreja dos Reverendos Religiosos em qualquer sepultura que for possível I...).
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Declaro que tenho em sociedade com o Senhor Manoel Ribeiro Malta cinco mil cruzados e ao que constar de uma conta corrente que fez Manoel Ferreira Duarte, cuja conta existe em poder do meu sócio Malta, dinheiro em quantia para girar em negócio por conta de ambos, de que não há clarezas e só sim assentos de parte a parte, mas desta quantia já tenho recebido a maior parte, porém ainda não estamos líquidos desta conta, e por isso dever-se-á estar pela conta dos lucros que der um e outro.
Declaro que possuo fora da sociedade, casas com sua frente de pedra, com três portas e seus respectivos fundos, nesta vila na esquina da Rua da Prata(?) que tomei em meu pagamento a Manoel Ferreira da Paixão pela quantia de cento e cinqüenta mil réis e passou-me escritura no cartório do Tabelião Barroso e nesta dita quantia acima tem o dito meu sócio Malta quarenta mil réis que também lhe era devedor o dito Paixão.
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Declaro que tenho sociedade na cidade de São Paulo com Antonio Fernandes da Mota em uma venda de molhados há dois anos mais ou menos (...).
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Declaro que em poder do dito meu sócio Malta tenho dezesseis armas de fogo que lhe remeti para ele vender por minha conta de principal a seis mil réis cada uma.
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Declaro que devo a Praça do Rio de Janeiro, tanto em nome de Custódio Ferreira Poderoso /meu primeiro nome/ como depois que mudei em Antonio José Teixeira, tudo aquilo que constar das minhas firmas, tanto de um nome como de outro, que tudo o meu Testamenteiro pagará dos meus bens.
Declaro que feitas as minhas disposições, da minha terça se dará de esmola a um filho de Ana Escolástica dos Prazeres, de nome João Damasceno, trezentos mil réis, cuja quantia se conservará em poder de meu compadre o Senhor Alferes José Martins Viana a quem meu Testamenteiro entregará. E o dito Viana fará toda a diligência para a por a render enquanto o dito Maceno não tomar estado, ou tiver idade para se emancipar; e que logo completo estas condições, se lhe entregará a dita quantia, e dos lucros da mesma assistirá para os seus diário; e caso o tal Maceno morra antes deste tempo se entregará a dita quantia aos meus herdeiros.
Declaro que da minha terça se dará a meu afilhado José, filho de José Martins Viana e de Ana Antonia Rodrigues Ferreira desta vila, a quantia de cinqüenta mil réis.
Declaro que feitas as minhas disposições, o remanescente da minha terça o meu Testamenteiro entregará as minhas netas, filhas de João Rodrigues de Macedo e de minha filha Rita Francisca de Alcamin, sendo que minha mulher tome conta do meu Testamento e logo que seja o segundo ou o terceiro nomeado, estes entregarão a dita minha mulher aonde se conservará até elas tomarem estado.
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Declaro mais que para salvar minha alma, digo, que para salvar minha consciência, o meu Testamenteiro dará a Manoel Ribeiro Malta desta vila quatrocentos mil réis por algum engano que eu poderia ter em todo o tempo que tivemos sociedade, se for demais eu lhe perdôo e se for de menos também que me perdoe pelo amor de Deus.
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Declaro que ao tempo do meu falecimento minha mulher, primeira testamenteira nomeada não se achar presente nesta vila, meu segundo ou terceiro testamenteiro tomará conta do meu Testamento e de todos os meus bens fazendo logo aviso a dita minha mulher para que venha tomar conta do Testamento e de tudo aquilo que me pertence (...).
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Declaro que se dará do Monte Mor ao Senhor Francisco Ignacio, casado com uma filha de Rosa Maria de Mello, moradores em Mapindin, a quantia de doze mil réis por engano que tivemos em conta de umas fazendas que lhe comprei.
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(...) roguei ao Senhor João José Gonçalves que escrevesse este meu testamento (...).
Antonio José Teixeira
Procuração
Que Faz: João Rodrigues de Macedo, por cabeça de sua mulher Rita Francisca de Alcamin (filha do inventariado)
Data: 03-01-1821
Local: Vila e Praça de Santos
Procuradores Nomeados: Manoel Gonçalves de Souza Guimarães; Alferes José Martins Viana e Manoel Dias dos Santos.
Abertura do Testamento:
Aos vinte e quatro dias do mês de Novembro de mil oitocentos e vinte anos nesta Vila e Praça de Santos (...) foi entregue este Testamento com que faleceu nesta vila Antonio José Teixeira (...).
Aprovação:
Data: 23-10-1820
Local: Vila e Praça de Santos, em casas de morada do Alferes Antonio José Teixeira, morador desta vila.