PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
Família “Os Ribeiro da Silva” de São Gonçalo do Brumado, Cap. 12º, neste site.
ANTONIA MARIA DE ALMEIDA
Testamento
e
ANTONIO JOSÉ FERREIRA, sargento mor
Testamento e Inventário
Museu Regional de São João del Rei
Data de abertura: 24-6-1800
Local: Congonhas
Testadora: Antonia Maria de Almeida
Testamenteiro: Capitão Joaquim Pinto Góis
Caixa: 03-04
Transcrição: Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Moraes Junqueira.
TESTAMENTO
Em nome da Santíssima Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo ......
Saibam quantos este Instrumento de Testamento ..... virem que sendo o Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e oitenta e oito anos aos vinte e quatro dias de Dezembro, neta Aplicação de Nossa Senhora da Necessidade do Rio do peixe, filial da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Congonhas do Campo.
Eu, Dona Antonia Maria de Almeida .......
Declaro que sou natural e batizada na Capela de São Gonçalo do Brumado, Freguesia de São João del Rei, Bispado de Mariana, filha legítima do Alferes Antonio Ribeiro da Silva e de sua mulher Dona Antonia Maria de Almeida ambos já defuntos.
Declaro que sou casada com o Capitão Antonio José Ferreira de cujo Matrimônio não tivemos filhos nem tenho herdeiros forçados.
(Nomeia por Testamenteiros: em primeiro o marido, em segundo o compadre e cunhado Joaquim Pinto de Góis e Lara, em terceiro ao irmão Luiz Ribeiro da Silva).
(Deixa os legados para:
As filhas de Manoel da Cruz Rangel, o que o testamenteiro quiser dar.
Às sobrinhas, filhas de seus irmãos e irmãs, também à eleição do Testamenteiro, dando-se mais às mais necessitadas.)
Pedi e roguei ao Reverendo José Joaquim de Andrade que este por mim fizesse.
Antonia Maria de Almeida
ABERTURA: 24-6-1800
REQUERIMENTOS
Das esmolas deixadas às sobrinhas
1. Capitão Inácio Ribeiro da Silva, por suas filhas Antonia e Silvéria
2. Genoveva de Almeida e Silva, viúva de Manoel Coelho dos Santos, por suas filhas Joaquina, Juliana, Antonia e Mariana
3. Alferes Luiz Ribeiro da Silva, por suas filhas Ana e Maria
4. Antonia Clara Felisberta e Castro, viúva do Capitão José Ribeiro de Oliveira e Silva, por suas filhas Joana e Antonia
5. Manoel Ribeiro da Silva, por suas filhas que “existem” Isabel, Rita, Antonia e Maria,.
6. Antonio Ribeiro da Silva, por suas filhas Izabel, Bonifácia e Maria
7. Capitão Joaquim Pinto de Góis e Lara, casado com D. Ana de Almeida e Silva, por suas filha Ana, Antonia e Maria
OUTRAS DEIXAS
Manoel da Cruz Rangel por suas filhas Maria, Ana, Narcisa, Bárbara e Maria, todas solteiras
ANTONIO JOSÉ FERREIRA, sargento mor
Testamento e Inventário
Museu Regional de São João del Rei
Tipo de Documento: Testamento
Ano: 1813
Caixa: 47
Testador: Sargento Mor Antonio Jose Ferreira
Inventariante: Capitão Joaquim Pinto de Gois e Lara
Local: São João del Rei
Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira
Fls. 03 – Testamento
Em nome da Santíssima Trindade Padre Filho e Espírito Santo três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro.
Eu Antonio Jose Ferreira, natural e batizado na Freguesia de São Vilar da cidade de Braga, filho legítimo de Custódio Ferreira e de sua mulher Joana Fernandes, já falecidos, e de presente morador nesta Fazenda do Ribeirão do Bom Sucesso Aplicação da Senhora das Necessidades do Rio do Peixe Freguesia de Congonhas do Campo Termo da Real vila de Queluz Bispado de Mariana Comarca do Rio das Mortes, e na ocasião por visita nesta fazenda denominada a Estiva, aonde me acho alcançado em anos e moléstias, e por mercê de Deus em meu perfeito juízo e querendo me dispor para a morte, faço este meu solene testamento na forma seguinte:
Declaro que fui casado com Dona Antonia Maria de Almada de cujo matrimônio não houve filhos e menos em que fui solteiro, a qual em seu testamento me deixou por seu herdeiro e testamenteiro cujas disposições estou cumprindo e se por meu falecimento não tiver concluído a conta final meu testamenteiro o faça sem demora pelos documentos que se acham em Juízo.
Peço em primeiro lugar ao Capitão Joaquim Pinto de Gois e Lara, em segundo ao Capitão José Coelho dos Santos, em terceiro ao Alferes Aureliano de Almeida Magalhães, em quarto ao meu afilhado Thomás Coelho dos Santos, em quinto a meu compadre Ignacio – da Silva, em sexto ao Guarda Mor Manoel Soares Lopes, queiram por serviço de Deus serem meus testamenteiros (...).
(..............)
Declaro que os bens que possuo são a Fazenda de cultura em que moro (...), bois, gados de criar, bestas, (...) os quais foram adquiridos por mercê de Deus e por meu trabalho (...).
(..............)
Meu corpo será amortalhado no Hábito de São Francisco de quem sou indigno irmão Terceiro e sepultado na Capela de Nossa Senhora das Necessidades do Rio do Peixe onde sou aplicado ou em outra qualquer onde for meu falecimento (...).
(..............)
Assim mais possuo outra fazenda chamada Estiva na freguesia de São Bento do Tamanduá, com terras de planta e campos de criar, com escravos, sítios com seus pertences, moinho, bananal, árvores de espinho, e seus pertences, carros, bois e gado vacum e tudo mais que constar ser meu.
Outra denominada Quilombo na mesma freguesia, que conta de terras de culturas, matos e capoeiras, moinhos, terras minerais e sítios tal e qual.
(..............)
Deixo aos meus escravos terras de culturas para sua sobrevivência (...).
(..............)
Deixo se conserve a Fazenda do Bom Sucesso com as terras que lhe ficam da divisa acima para baixo para a parte do Arraial e na carta de segredo disporei como tenho determinado, em a qual Fazenda quero se conserve meu compadre Manoel Gonçalves da Cunha enquanto não achar utilidade maior e na mesma forma a Pedro Ferreira, engeitado do falecido meu tio Pedro Ferreira da Costa e lhe deixo cem mil réis (...).
E ao meu compadre dito acima cem mil réis para ajuda para mandar ensinar a meu afilhado Antonio, o estudo a que se inclinar.
(..............)
Deixo ao meu sobrinho Jose Antonio Ferreira duzentos mil réis (...).
Deixo ao meu sobrinho José Antonio da Costa as casas em que tive tenda no Arraial em cuja esta morando João Pereira Batista no caso de se querer muar.
Deixo as filhas de meu compadre Joaquim Francisco meu agregado para ajuda de tomarem estado trinta mil réis a cada uma.
Deixo ao meu compadre Joaquim Leite Ferreira Fortes Comandante das Gerais do Pico para ajuda de dar estado às suas filhas cento e cinquenta mil réis nos quais terá a preferência em cinqüenta e os mais se repartirá.
Deixo as filhas de meu compadre falecido Matheus Rodrigues da Costa cinquenta mil réis a cada uma das solteiras.
Deixo a viúva do falecido José Pires moço, moradora no Arraial do Rio do Peixe, cinquenta mil réis.
Deixo a sua sogra, minha comadre, viúva do falecido meu compadre João Diniz cinquenta mil réis.
Deixo a filha da mesma solteira, chamada Ana se me não engano, todos a vista do Arraial moradores cinquenta mil réis.
Deixo a nora do falecido Antonio Correa Leite, moradora no Campestre de Santa Cruz do Salto, oitenta mil réis.
Deixo a engeitada de Dona Ana Luiza, moradora nas Lagoas da Pedra Branca, trinta mil réis.
Deixo ao meu compadre Jan--- cunhado da dita, para ajuda de dar estado às suas filhas trinta mil réis a cada uma.
Deixo a todos os meus afilhados trinta mil réis a cada um.
Deixo ao meu compadre o Alferes Marcos de Souza para minha afilhada cinquenta mil réis.
Deixo ao meu sobrinho João Coelho cem mil réis.
Deixo ao meu sobrinho e compadre Guarda Mor Bartholomeu de Souza Soares para suas filhas cem mil réis.
Deixo ao meu compadre e sobrinho o Capitão José Coelho para suas filhas cem mil réis.
Deixo ao meu compadre o Capitão Joaquim Pinto de Gois e Lara para suas filhas cinquenta mil réis a cada uma.
Deixo aos filhos de meu cunhado Antonio Ribeiro da Silva, solteiros, cinquenta mil réis a cada um.
Deixo as duas filhas de minha comadre Dona Genoveva, viúva de meu compadre Manoel Coelho dos Santos, cinquenta mil réis a cada uma.
Deixo as duas filhas que ficaram de José Ribeiro e estão em companhia de sua mãe na vila de Queluz, cinquenta mil réis a cada uma.
Deixo a minha sobrinha, filha de meu primo e compadre Jose da Costa Ferreira, cem mil réis, moradora nos subúrbios de São Bento do Tamanduá.
Deixo ao meu sobrinho e compadre Felis de Souza Siqueira, para ajuda de dar estado as suas filhas, cinquenta mil réis a cada uma, morador na Ponte de São Gonçalo do Rio das Mortes.
Deixo às três filhas do Alferes Antonio Correia, cinquenta mil réis a cada uma para ajuda de tomarem estado, morador na Sesmaria do P)----?
Deixo ao meu compadre José Leite, morador no Pará cinqüenta mil réis.
(..............)
Deixo ao meu sobrinho o Alferes José Correia da Costa, digo /Ferreira da Costa e a seu irmão Pladio(?) a Fazenda da Estiva e igualmente a José Ferreira da Costa e a seu irmão José da Costa e ficando um com ela satisfará ao outro o que lhe tocar (...).
(..............)
Deixo a filha de meu sobrinho o Alferes José Ferreira da Costa, chamada Balbina para ajuda de tomar estado, cem mil réis.
(..............)
Declaro que as medidas que deixo ao meu irmão José Antonio Ferreira e por sua morte preferirão a elas os nossos parentes mais necessitados.
(..............)
Ao primeiro testamenteiro que aceitar esta testamentária o constituo herdeiro universal dos meus bens que ficarem das determinações nesta declarado e da carta de segredo.
(..............)
Fazenda da Estiva Freguesia de São Bento do Tamanduá, aos 7 de Setembro de 1808
Antonio Jose Ferreira
Diz Josefa Maria Batista, moradora nesta Real Vila de Queluz, viúva, pobre e miserável, que o falecido Sargento Mor Antonio Jose Ferreira deixou uma esmola às filhas da suplicante (...).
Fls. 171
Diz o Capitão Joaquim Pinto de Gois e Lara, como testamenteiro e herdeiro do Sargento Mor Antonio José Ferreira, no testamento em que este faleceu deixou ao suplicante para as duas duas filhas cinquenta mil réis a cada uma e como estas que são Dona Antonia e Dona Maria se acham debaixo do pátrio poder do suplicante, solteiras e menores de 25 anos (...).
Fls. 179
Diz o Capitão Joaquim Pinto de Gois e Lara, testamenteiro do falecido Sargento Mor Antonio José Ferreira, que este em seu testamento declarou que deixava a seu irmão, ausente em Portugal, por nome José Antonio Ferreira a quantia de quatro contos de réis (...).
Fls. 185
Diz Josefa Maria Batista, viúva de José Ribeiro de Carvalhães que falecendo da vida presente o Sargento Mor Antonio Jose Ferreira, deixou de esmola às duas filhas da suplicante Emerenciana e Albina, cem mil réis de esmola (...).
Fls. 189
Diz Antonia Maria, Joaquina Maria e Francisca Cândida, filhas do falecido Matheus Rodrigues da Costa, que elas precisam dar quitação da herança deixada pelo Sargento Mor Antonio José Ferreira da quantia de cento e cinquenta mil réis (...).
Diz Manoel Gonçalves da Cunha que ele requereu o que consta dos documentos incluso a fim de se lhe mandar pagar a quantia de cem mil réis legado que deixou ao seu filho, o Sargento Mor Antonio José Ferreira e assim mais trinta mil réis por ser o Testador padrinho do mesmo legatário; porem como este faleceu da vida presente sem entrar nos estudos para que foram aplicados os ditos cem mil réis (...)
Fls. 210
Diz Antonio Vaz Dinis que falecendo da vida presente com solene Testamento o Sargento Mor Antonio José Ferreira, nele entre outras verbas, declarou se desse a todos os seus afilhados trinta mil réis a cada um e como o suplicante é afilhado daquele (...).
Museu Regional de São João del Rei
Tipo de Documento: Inventário
Ano: 1809
Caixa: 84
Inventariado: Sargento Mor Antonio Jose Ferreira
Inventariante: Capitão Joaquim Pinto de Goes e Lara
Local: São João del Rei
Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira
Fls. 01
Inventário dos bens do falecido Sargento Mor Antonio José Ferreira de quem é inventariante o Capitão Joaquim Pinto de Gois e Lara
Data: 22-10-1809
Local: Vila de São João del Rei
Fls. 02
Diz o Capitão Joaquim Pinto de Gois e Lara que por ser Testamenteiro do Sargento Mor Antonio José Ferreira falecido e morador que foi nesta Comarca (...).
Bens de Raiz:
- uma Fazenda de cultura com o seu logradouro, com casas de vivenda, paiol e tudo o mais pertencentes a ela no Ribeirão do Bom Sucesso no Rio do Peixe que se acha sequestrada pela Real Fazenda 3:182$000
- uma porção de terras no mesmo Ribeirão do Bom Sucesso 880$000
- outra porção de terras no mesmo Ribeirão do Bom Sucesso que ficaram divididos pelos escravos 864$000
- uma morada de casas sitas no Arraial do Rio do Peixe 230$000