PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
Família “Lemos - Oliveira - Godoy” Cap. 2º, neste site.
ANTONIO
FERREIRA ROCHA
Testamento
Museu Regional de São João del Rei
Ano: 1811
Caixa 113
25 folhas
Antonio Ferreira Rocha – Testador
Antonio Ferreira Rocha - Testamenteiro
Data: 26-07-1811.
Local: São João Del Rei.
Data do óbito: 12-10-1809
Transcrito por Flávio Marcos dos Passos a pedido de Paola Dias.
Fl 03
Em nome de Deus (Divino) e Uno em quem creio, e em tudo quanto crê digo, e em tudo o que crê, ensina, tem e manda a Santa Madre Igreja Católica Romana em cuja fé vivo, e quero morrer, e salvar minha alma e para que tudo consiga felizmente imploro o ampara e proteção de minha mãe, Maria Santíssima e minha Senhora do Rosário cuja mui adorável Senhora profundamente venero.
Eu, Antonio Ferreira Rocha morador na Cachoeira de São Miguel do Arraial de Ibituruna, filial da Matriz de Nossa Senhora do Pilar da Vila de São João Del Rei, filho legítimo de João Ferreira e sua mulher Catarina Gonçalves da Rocha, natural e batizado na Freguesia de São Martinho de Sande, termo da Vila de Guimarães, Arcebispado de Braga, estando em meu perfeito juízo e entendimento, de saúde, mas temendo a morte que Deus Nosso Senhor será servido dar-me e a conta que hei de dar ao mesmo Senhor dispondo como fiel cristão, ordeno este meu testamento e última disposição dos meus no teor e forma seguinte.
Deixo por meus testamenteiros em primeiro lugar: a meu filho Antônio Ferreira Rocha, em segundo: meu filho Luiz Ferreira Rocha e em terceiro lugar a Felisberto Ferreira Rocha aos quais peço a cada um por si queiram fazer pela minha o que eu em tal caso por eles faria, e aquele que aceitar lhe deixo de prêmio trezentos mil réis ou a (vintena).
Declaro que sou casado com Maria Lourença de Oliveira filha legítima de Salvador Lourenço e sua mulher Inácia de Lemos Oliveira e Godois de cujo matrimônio tivemos onze filhos, que são: Antonio, Luiz, Bento, Ana, Luiza, Maria, João, José, Felisberto, Joaquim e Francisca aos quais deixo por meus herdeiros universais de todos os meus bens e lhes peço e rogo haja na repartição de bens toda a paz e união, que deles confio ou espero para o que os deixo também herdeiros nas sobras da minha terça depois de feitas ou satisfeitas as minhas disposições que se não queiram assinar na venda que faço da minha fazenda os deixo por izentos de herdarem nada da minha terça e (..ando) como bilhos de benção os deixo em fazenda e todo o monte a minha terça por herdeiros universais e para dar contas em Juizo e cobrar os pagamentos da dita fazenda e dar conta do testamento, o tempo de oito anos, e se esse tempo não for bastante peço as justiças de sua Real Majestade lhe concedam o tempo que meu testamenteiro lhe pedir.
Declaro que meu corpo será envolto e amortalhado no Hábito de Nossa Senhora do Carmo, ou de São Francisco e será sepultado na capela onde meu testamenteiro determinar.
Declaro que o meu testamenteiro pela minha alma mandará celebrar cem missas, metade nesta freguesia ou capela de São Gonçalo de Ibituruna e outra metade no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro e as que se celebrar aqui serão celebradas pelo capelão ou sacerdote que aí assistir tudo a vontade (Fl 03v) de meu testamenteiro e também determino que se digam dez missas pelas almas de meus escravos e daqueles que comigo tiveram negócio.
Deixo a minha exposta Beralda pela ter criado cinqüenta mil réis no caso que viva honestamente a ocasião de se casar meu testamenteiro lhe assistirá com aquilo que for necessário.
O meu testamenteiro a todos quanto forem de verdade constando o que eu devo lhes satisfará sem (extrepito) de Justiça.
Deixo a Nossa Senhora do Monte do Carmo cinqüenta mil réis.
Declaro que sendo enterrado nesta capela ou em outra qualquer me acompanharão os clérigos que se acharem vizinhos e vendo na vila a eleição Do Reverendo Pároco ou do meu testamenteiro me acompanharão os que forem pelos ditos assinados ou eleitos e aos pobres que me acompanharem o meu testamenteiro lhes darão quatro vinténs ou uma vela de quarta.
Deixo a meu filho Antonio Ferreira Rocha cem mil réis por me ajudar na administração da fazenda.
Deixo as minhas netas filhas de Antonio da Costa e minha filha Luiz, cinqüenta mil réis repartidos por todas. Declaro que tudo quanto tenho dado aos meus filhos e filhas tudo consta de recibos que me passaram.
E desta forma hei por acabado meu testamento e última vontade; e quero se guarde tudo e se cumpra na forma que nele se contém e caso falte alguma cláusula em direito necessário aqui hei por expresso e declarada e peço e rogo as justiças de Sua Majestade de um e outro foro o façam cumprir e guardar e lhe dêem inteiro cumprimento e por verdade pedi e roguei ao Padre João da Silva Martins que este por mim fizesse e eu me assinei com o meu sinal firma de que uso. Hoje 15 de setembro digo Fazenda da Cachoeira de São Miguel 15 de setembro de 1805. Antonio Ferreira Rocha. Como testemunha que este fiz a rogo do sobredito Pe. João da Silva Martins.
Fl 06
Certifico que falecendo da vida presente no dia doze de outubro de 1809, Antonio Ferreira Rocha no dia treze foi envolto no hábito da Ordem Terceira do Carmo por mim encomendado, fazendo vezes de Capelão pelo não haver, e entregue a sepultura acima das grades da Capela de São Gonçalo da Ibituruna ... Hoje Capela de São da Ibituruna 5 de julho de 1810. O Pe. Anacleto Pereira da Silva.
Fl 11
Mando a Antonio Ferreira Rocha como testamenteiro de seu falecido pai Antonio Ferreira Rocha pague pelos bens deste a Antonio da Silva Monteiro como cabeça de sua mulher Antonia Luiza e a Francisco Mendes Carneiro por cabeça de sua mulher Francisca Luiza e a Inácio Alves por cabeça de sua mulher Ana Luiza todas netas do dito testador.
Fl 09
Mando ... pague pelos bens deste a Antonio Lopes de Faria por cabeça de sua mulher Beralda Maria.
OBS: à folha 01 bloco 02 consta que o testador era viúvo de Maria Lourença de Oliveira.