PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

Família “Francisco João e Maria de Moura”, neste site.

 

 

ANTONIO DE MOURA, sargento-mor

Inventário

Museu Regional de São João del Rei

Tipo de Documento: Inventário

Ano: 1765

Caixa: 298

Inventariado: Sargento Mor Antonio de Moura

Inventariante: Bento Pinto de Magalhães

Local: São João del Rei

Nº de Páginas: 17

Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira

 

fls. 01

Inventário dos bens que ficaram por falecimento do Sargento Mor Antonio de Moura de quem é Testamenteiro Bento Pinto de Magalhães

Data: 20-06-1765

Local: Vila de São João del Rei.

 

Declaração

(...) o Sargento Mor Antonio de Moura faleceu no Corgo, subúrbio desta Vila, com seu solene testamento (...).

 

fls. 01v. - Dividas Ativas

- Bento Pinto de Magalhães                                                                  380$000

- Luis Fernandes de Carvalho e seu fiador Antonio Moreira de Carvalho  981$332

- Licenciado José Ferreira                                                                     639$690

- José Antonio de Magalhães                                                                  95$783

- Reverendo Antonio Alves Coelho                                                          70$357

- Francisco da Mata Reis                                                                        48$000

- Isabel Pinto do Rego                                                                            30$000

- Manoel Pereira de Sampaio                                                                  44$400

- João Francisco de Carvalho                                                                 38$960

- Antonio de Moura Bastos                                                                     31$762

- Gabriel Antonio de Mesquita                                                                 25$420

- Manoel Fernandes                                                                                29$000

- Francisco da Cunha                                                                            500$000

- Tenente de Dragões Antonio Thomas da Costa                                   504$641

- Francisco Moreira de Carvalho                                                         2:000$000

 

fls. 04 - Testamento

 

Em nome da Santíssima Trindade Padre Filho e Espírito Santo, três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro.

Saibam quantos este Instrumento virem como no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e cinquenta e seis, aos quatorze dias do mês de Maio do dito, neste sítio chamado Corgo da Vila de São João del Rei , eu o Sargento Mor Antonio de Moura estando em meu perfeito juízo que Deus Nosso Senhor foi servido dar-me e de pé com saúde, temendo-me da morte e desejando por minha alma no caminho da salvação por não saber o que Nosso Senhor de mim quer fazer, nem quando será servido de me levar, faço este meu Testamento na forma seguinte:

(.............)

Rogo e peço em primeiro lugar ao Senhor Bento Pinto de Magalhães, em segundo lugar a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo desta vila, em terceiro lugar ao Senhor Sebastião Ferreira, em quarto lugar ao Senhor Capitão Manoel Antunes Nogueira, em quinto lugar ao Senhor Antonio Teixeira da Silva e em sexto a meu sobrinho Manoel de Moura da Silva, que por serviço de Deus e por me fazerem mercê queiram aceitar ser meus Testamenteiros, isto é, falecendo nesta Vila ou nestas Minas e falecendo no Rio de Janeiro peço e rogo em primeiro lugar ao Senhor Brás Gonçalves Portugal, em segundo lugar ao Senhor Bento Gonçalves de Oliveira que da mesma forma por serviço de Deus e me fazerem mercê queiram aceitar ser meus Testamenteiros.

Meu corpo será sepultado na Igreja Matriz onde quer que faleça, envolto no Hábito de São Francisco (...)

(.............)

Declaro que em todo o monte de minha Fazenda há os bens de raiz seguintes: esta chácara e casas em que moro e as terras minerais, serviços de águas, e toda a mais fabrica de minerar fora os trastes e miudezas de minha casa e tambem tenho sessenta escravos, pouco mais ou menos, entre machos e fêmeas, pequenos e grandes, e alguns destes já são de maior idade e tambem se me deve várias dividas que constam por créditos e clarezas que estão em meu poder, exceto um crédito que me é devedor o Capitão Mor Antonio Fernandes Chaves da quantia de seiscentos e quarenta e três mil e cinquenta réis e dois de que é devedor Francisco da Cunha, um da quantia de duzentos e oitenta mil réis e outro da quantia de noventa e nove oitavas e dois vinténs de ouro (...) e dois de Manoel Loureiro de Mesquita da quantia de trezentos e trinta oitavas de ouro (...) e outro de João de Faria Magalhães da quantia de trezentos mil réis (...) e outro do Capitão Antonio da Silva e Souza da quantia de cento e sessenta e quatro oitavas e um quarto de ouro (...)

(.............)

Declaro que sou natural da Freguesia de São Miguel de Gêmeos, Termo da Vila de Bastos, Arcebispado de Braga e filho legítimo de Francisco João e de Maria de Moura, já falecidos, e nunca fui casado e nem tenho herdeiros ascendentes nem descendentes que hajam de ser meus herdeiros forçados.

(.............)

Deixo a Dona Ursula Maria de Araújo, viúva que ficou de meu irmão Manoel de Moura da Silva. duzentos mil réis por uma vez somente.

Deixo a meu sobrinho Manoel de Moura da Silva a minha fabrica de minerar, com roda e águas terras que se acharem e bem todas as ferramentas, casas e chácaras e todos os mais trastes que se acharem em minha casa exceto ouro lavrado ou dinheiro e juntamente lhe deixo os escravos, exceto os que neste meu leito muito nomear por forros (...).

(...) isto lhe deixo com a obrigação de que disto há o dito meu sobrinho de dar a sua irmã casada em Pernambuco quatrocentos mil réis e a seu irmão religioso do Carmo, Frei Antonio, duzentos mil réis e a cada uma de suas irmãs religiosas cem mil réis, isto é querendo o dito meu sobrinho aceitar na forma em que aqui deixo declarado (...).

(.............)

Deixo a Dona Felícia Theresa e a Dona Antonia do Pilar, religiosas e professas, cem mil réis a cada uma por esmola e pelo amor de Deus, isto uma vez somente.

(.............)

Deixo a Dona Antonia de Viana, viuva que ficou do Doutor Antonio Martins Couto, quarenta mil réis, por esmola e por uma vez somente.

Deixo a três filhas que ficaram de Amador dos Santos, moradoras na Vila de são João, que por nome não percam, a cada uma delas vinte mil réis e a mãe das ditas que tambem por nome não perca, vinte mil réis.

(.............)

Deixo a Francisco pardo, por serviços que me tem feito e por esmola trezentos mil réis por uma vez somente (...).

(.............)

Declaro que deixo a ---- Catherina, sobrinhos e filhos de minhas escravas Maria Angola, por forros (...).

(.............)

Declaro que Pedro Gonçalves Chaves me resta a dever trinta e três mil e seiscentos de uma crioula minha, que me vendeu ao Doutor Antonio José de Mello (...).

(.............)

Declaro que na mão do Coronel Francisco Pinto do Rego, morador em São Paulo, para um crédito da minha conta (...).

(.............)

(...) fazer uma doação e renunciação de suas legítimas nas pessoas de seus chamados primos: Manoel Gomes de Moura, Antonio de Moura e Dona Teresa, filhos do dito meu irmão falecido Coronel Manoel de Moura.

(.............)

Declaro que me é devedor Domingos Jorge, morador em Goyases, a quantia de trezentos mil réis o qual crédito rematei a João Lopes P., morador na mesma Comarca de Goyases (...).

Declaro que tenho em poder de Brás Gonçalves Portugal, morador no Rio de Janeiro, doze mil cruzados (...).

(.............)

Declaro que no caso que meus sobrinhos ou outro qualquer chamado venha contestar qualquer titulo este meu Testamento como tinha dito, meus Testamenteiros despenderão a demanda a custa da minha fazenda (...).

Declaro que nomeio e instituo por minha universal herdeira depois de pagas as minhas dividas e de tudo o que restar da minha fazenda a minha alma e tambem depois de cumpridos os meus legados (...).

(.............)

(...) roguei a João Francisco de Carvalho que este me escrevesse (...)

Lugar do Corgo, da Freguesia da Vila de são João del Rei, 14 de Maio de 1756.

 

- mais declarações:

(...) deixo a Francisco Xavier da Rocha e Moura, morador na cidade do Porto, filho de minha prima Fabiana de Moura, já defunta, cinquenta mil réis.

Antonio de Moura

 

fls. 11 - Abertura

Aos dezoito dias do mês de março de mil setecentos e sessenta e cinco anos (...) foi aberto este Testamento com que faleceu Antonio de Moura (...).