PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
Famílias “Gomes Sandim” Cap. 2º e “Ribeiro de Brito”, neste site.
ANA QUITÉRIA RIBEIRA DE PAIVA
Testamento
Museu Regional de São João del Rei
Tipo de Documento: Testamento
Ano: 1846
Caixa: 99
Testadora: Ana Quitéria Ribeira de Paiva
Testamenteiro: Mariano de Paiva Sandim
Local: São João del Rei
Nº de Páginas: 62
Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira
fls. 06 - Testamento
Em nome de Deus Trino e Uno. Amém.
Eu Dona Ana Quitéria Ribeira de Paiva achando-me incomodada de saúde na idade maior de sessenta anos mas de pé, e senhora de minhas potências intelectuais que Deus é servido conceder-me, desejando fazer em boa ordem minhas disposições testamentárias invoco o Patrocínio de Nossa Senhora debaixo do seu misterioso título da Conceição, esperando alcançar por sua interceção as misericórdias do seu unigênito Filho.
Declaro ser filha legítima do Furriel Manoel de Paiva Muniz e de sua mulher Dona Luiza Ribeira de Almeida já falecidos, e que vivendo sempre no estado de solteira, nele não tive filhos, e por isso sem ascendentes e descendentes.
Nomeio por meus Testamenteiros em primeiro lugar a Mariano Leopoldino de Paiva Sandim, e em segundo a João Evangelista de Magalhães e em terceiro a Dona Maria Delfina da Conceição (...).
Meu corpo envolto em hábito humilde de São Francisco da Penitência será sepultado em caixão próprio e decente no cemitério desta Venerável Ordem Terceiro de onde sou irmã professa inda que meu falecimento não seja nesta cidade porque a minha morada é próxima a ela (...).
(......................)
A minha escrava Mariana crioula, que me foi doada por minha tia D. Maria Quitéria, servirá como cativa o espaço de dez anos contados do dia do meu falecimento, a D. Antonia Felisbina de Jesus, mulher daquele meu primeiro testamenteiro Mariano Leopoldino de Paiva Sandim, sendo também escravo desta legatária os filhos que neste tempo tiver a mesma Mariana crioula, e findo este espaço seja então liberta, servindo-lhe de Título esta verba.
(......................)
Devo a Maria Antonia, parda escrava da Senhora D. Mariana Delfina da Conceição, mil réis (...).
Dos remanescentes de meus bens instituo por herdeira aquela dita D. Antonia Felisbina de Jesus, mulher do meu primeiro testamenteiro Sandim, para neles ter o usufruto somente e, por sua morte passar a seus filhos sem que seu marido tenha neles parte alguma e menos que lhe sejam tirados por dividas do seu casal, não podendo deles fazer alheação, troca ou venda, que todas serão nulas, não lhe devendo serem penhoradas esses usufruto porque são em benefício particular de sua mulher e filhos.
(......................)
(...) roguei a João do Nascimento Silva Gomes que este escrevesse (...).
São João del Rei, 14 de Setembro de 1839
Ana Quitéria Ribeira de Paiva
fls. 09 - Abertura
Aos doze dias do mês de Abril do ano de mil oitocentos e quarenta (...) foi aberto o presente testamento com que faleceu na Freguesia do Cajuru Dona Ana Quitéria Ribeira de Paiva (...).