PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

SL. 8º, 515, 5-11 Ana Pires, casou em 1720 em São Paulo com Antonio Vieira de Moraes, f.o de Antonio Vieira e de Francisca de Macedo. (C. Ec. de São Paulo).

 

Subsídios à Genealogia Paulistana e Mineira (Regina Moraes Junqueira)

 

A partir dos dados encontrados nos livros de batismos e casamentos da Matriz de Nossa Senhora do Pilar e Capelas filiadas e nos Inventários e Testamentos disponibilizados neste site.

Os registros paroquiais foram consultados nos microfilmes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

 

Ana Pires (de Oliveira) natural de São Paulo, filha de Matias de Oliveira Lobo e Ana de Moraes Madureira, n.p. de Salvador Francisco de Oliveira Lobo e Ana Pires, n.m. de Francisco Velho de Moraes e Francisca da Costa Albernaz (inventários em SAESP – publicados, neste site).

Aos 3-11-1720, Antonio Vieira de Moraes pediu junto à Sé de São Paulo abertura de processo para se casar com Ana Pires, declarando ser filho de Antonio Vieira, já falecido e Francisca de Macedo, que era solteiro e que fora “de menor idade” para as minas com seu pais. (ver resumo do processo abaixo).

Casaram na Sé de São Paulo e foram para as minas onde se estabeleceram junto ao Rio Grande.

Antonio Vieira já era falecido em 1720. Francisca de Macedo e Moraes comparece como devedora no inventário do genro André do Vale Ribeiro em 1720 (neste site). Segundo se depreende do testemunho de Francisco Pinheiro no processo de casamento de Antonio Vieira de Moraes, Antonio e Francisca tiveram outros filhos alem de Antonio e Tereza.

Faleceu Ana Pires em fins de novembro de 1740 e deixou os cinco filhos seguintes:

1. Maria da Assunção, nascida em 1721, em 21-11-1735, aos 14 anos, casou na Capela do Cajuru com Lourenço Correa Sardinha, natural de Arganil, Coimbra, filho de Pedro Correa e Izabel Sardinha. Lourenço faleceu na Paragem do Rio Grande aos 22-6-1747. Em 1751 Maria casou segunda vez com Manoel Marinho de Moura, natural de Santa Maria da Traqueira, termo de Amarante, Arcebispado de Braga, filho de Antonio Alves da Costa e Izabel de Moura Marinho. Maria faleceu com testamento datado de 12-2-1753 e teve seu inventário aberto em março do mesmo ano. Manoel casou em segundas com Margarida Clara de Azevedo, faleceu com testamento e inventário aberto em 1-1-1798 (Inventários todos neste site).

Maria e Lourenço tiveram:

1.1. Florentino, batizado em 30-6-1738, faleceu na infância.

1.2. Romão, batizado em 17-3-1740, faleceu antes de sua mãe

1.3. Ana Maria do Rosário, nascida em 1743, casou aos 30-5-1762 em Madre de Deus com Domingos Francisco Machado de Azevedo, natural Santa Leocádia, termo de Barcelos, Arcebispado de Braga, filho de Domingos Francisco e Damiana João.

1.4. Margarida Maria de Jesus, nascida em 1744, casou na Capela de Madre de Deus aos 30-5-1759 com Francisco João de Azevedo, irmão de Domingos Francisco acima.

1.4. Escolástica Maria de Jesus, batizada na capela de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande aos 22-12-1745, tendo por padrinhos Ângela de Moraes, casada, e Manoel Marinho de Moura que viria a ser seu padrasto e em casa de quem se casou aos 9-1-1764 com o Sargento Mor José Leite Ribeiro, em capela particular filiada à Capela de Porto do Rio Grande. Escolástica faleceu aos 78 anos em 25-6-1823 em sua Fazenda Palmital. (Inventário neste site)

1.6. Catarina Vitória da Conceição, nascida em 1748 depois da morte de seu pai, casou com Inácio da Rocha Porto, falecido em 1774. Faleceu em fins de agosto de 1777, com inventário aberto pelo padrasto Manoel de Moura Marinho (neste site). Tiveram, segundo o inventário de Catarina:

1.6.1. Gomes da Rocha Porto, com 10 anos em 1777

1.6.2. José Joaquim da Rocha, nascido por 1770, com seu irmão Gomes, foi aprendiz do mestre José Maria da Silva em São João del Rei.

1.6.3. Lauriana Zeferina Leonarda de São Jose, nascida por 1672, casou em 28-11-1789 com Manoel Francisco Potenciano, natural de Prados, filho de João Francisco da Silva e Quitéria da Assunção.

Maria teve do segundo marido:

1.7. Antonio Marinho de Moura, com 11 anos em 1763, casou com Maria Tereza de Jesus.

Igreja Católica, N.Sra. da Conceição, Aiuruoca, MG,aos 20 fevereiro 1785 - Espírito Santo - Antonio Marinho de Moura, filho legitimo de Manoel Marinho de Moura e de Maria da Assumpção, natural e batizado na freguesia de S. João del Rei; casou com Maria Teresa de Jesus, filha legitima de Manoel Barbosa Guimarães e Theresa Maria de Jesus, natural e batizada na freguesia dos Prados. (pesq. de Bartyra Sette)

1.8. Luzia Perpétua de Moura, nascida por 1754, casou com Joaquim da Silva Tavares, pais de, pelo menos:

1.8.1 Josefa Joaquina da Silva e Moura, casou com o Capitão Antonio Jose Teixeira. (ver estudo Os Teixeira de Souza, neste site)

Certifico que revendo o livro que atualmente serve para matrícula dos casamentos desta freguesia se acha o assento do teor seguinte: Aos treze de Setembro de mil oitocentos e dois nesta Matriz de Nossa Senhora do Pilar de São João del Rei o Doutor vigário da Vara da Comarca e em presença das testemunhas o Reverendo FRANCISCO DA SILVA TAVARES, o Reverendo JOÃO FERREIRA LEITE e o Capitão MANOEL FERREIRA LEITE, assistí e administrei a sacramento do matrimonio que por palavras de presente celebraram o Capitão ANTONIO JOSÉ TEIXEIRA filho legítimo de FRANCISCO JOSÉ TEIXEIRA e de Dona ANA JOSEFA DE SOUZA com Dona JOSEFA JOAQUINA DA SILVA E MOURA filha legítima do doutor JOAQUIM DA SILVA TAVARES e Dona LUZIA PERPÉTUA DE MOURA, ambos naturais e batizados nesta freguesia. E logo lhes dei as bênçãos nupciais na forma do Ritual Romano. O Coadjutor MANOEL ANTONIO DE CASTRO. E mais nada se continha no dito assento que bem fielmente aqui copiei do próprio a que me reporto-juro.

1.9. Manoel Marinho de Moura, com 7 anos em 1763 (citado no inventário paterno como Manoel Antonio de Araújo)

1.10. Josefa, com quatro anos em 1763

 

2 – José de Moraes, nascido por 1725, citado no testamento de sua irmã Maria da Assunção. Teve ao menos:

2. 1. Josefa, recebeu uma deixa no testamento de sua tia Maria da Assunção.

 

Em 11-7-1781, um José de Moraes e Oliveira e sua mulher Maria dos Santos de Jesus casaram o filho João de Moraes de Oliveira, batizado na Capela de Madre de Deus, com Escolástica Dias, filha de Antonio Dias da Silva e Escolástica Bicuda de Brito.

Por 1745, um José de Moraes e sua mulher Ana Fernandes, batizaram o filho Valentim, conforme está nos índices de batizados da Matriz do Pilar.

 

3- Francisco Pires, nascido por 1727, casou em 1753 com Inácia Pereira de Melo, natural de Carrancas, filha de Caetano Pereira de Melo e Maria dos Santos.

 

4- Carlos, nascido por 1730, falecido aos 10 anos pouco depois de sua mãe.

 

5- Ângela Pires de Moraes, nascida por 1736, casou em 18-8-1749 na capela da Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande com Matias da Silveira filho José de Andrade já falecido e Maria da Silveira, natural da Freguesia de Nossa Senhora das Angustias da Ilha do Fayal, Bispado de Angra.

 

Notas:

Em 23-5-1741 se casaram no Cajuru Leandro Pires de Moraes e Maria da Silva e em 1742 batizaram o filho Valentim, que teve por padrinhos Maria da Assunção e Lourenço Correa Sardinha. Em alguns trabalhos de genealogia este Leandro aparece como filho de Ana Pires, o que nos parece uma hipótese cronologicamente inconsistente até porque não consta do inventário de Ana Pires (1740), quando teria no máximo 18 anos, caso fosse filho de Ana Pires.

 

Em 8-4-1740, uma Maria Vieira de Moraes, viúva, batizou Maria, filha de Manoel Vieira da Fonseca e Izabel da Rosa Furtado.

 

ANA PIRES

Inventário

 

Arquivado no Museu Regional de São João del-Rei na caixa 197

Número de folhas originais : 60

Inventariante : ANTONIO VIEIRA DE MORAES, marido da inventariada

Local: Sitio Rio Grande, em casa do Inventariante

Data: 13/12/ 1740

Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Moraes Junqueira.

 

FL.01-

Inventario dos bens da defunta Ana Pires que mandou fazer o Doutor Juiz dos Órfãos Antonio Martins ---------- Meirelles cujos bens deu a este em recompensa L----- (?) Antonio Vieira de Moraes, morador no Rio Grande, Termo desta Vila.

 

Obs. O título dessa relação é ilegível, mas devem ser os filhos.

01 - Jose, de idade que disse ter quinze anos.

02- Francisco, de idade que disse ter onze anos

03- Carlos de idade de dez anos.

04 Angela de idade quatro anos.

 

Data - 13 de Dezembro de 1740

Local: Sitio Rio Grande em as casas de morada de Antonio Vieira de Moraes, viuvo.da falecida Ana Pires.........

 

Declarou que sua mulher era falecida há quinze dias e que não fizera testamento....

 

FL.02 – (extraviada, onde deveria estar o rol dos herdeiros )

Obs. Provavelmente é o inicio da declaração dos bens.

 

FL. 03- ESCRAVOS: 10

 

FL 06- Juramento do Tutor

Data: 18-12-1740

Local- Vila de SJR

Tutor Nomeado: Lourenço Ribeiro

 

FL 25:

Diz Antonio Vieira de Moraes que no inventário que neste juízo se fez dos bens de seu casal por falecimento de sua mulher ANA PIRES para deles fazer partilhas entre o suplicante e seus filhos menores já declarados no inventário e há uma filha por nome MARIA DA ASSUNÇÃO casada com LOURENÇO CORREA ao qual havia dado o dote.para o efeito de casar a quantia de dois mil cruzados.

 

Termo de Declaração que faz Antonio Vieira de Morais (Inventariante).

Data - 12 janeiro de 1745

Local - Vila de São João del Rei

Presente: Antonio Vieira de Morais, morador no Rio Grande, Termo desta Vila.

 

-declarou ter alem dos filhos menores (---) uma filha por nome Maria da Assunção a qual se acha casada com Lourenço Correa ------

 

-declarou mais ter falecido da vida presente um filho seu e da dita sua mulher Ana Pires por nome Carlos de idade de dez anos o qual faleceu depois da morte da dista sua mulher.

 

FL 28- Diz Antonio Vieira de Moraes que para certo Requerimento lhe é necessário que o Reverendo Vigário ou o Reverendo Coadjutor lhe passe por certidão o dia e o mês e ano em que faleceu um filho seu e de sua mulher Ana Pires por nome Carlos e um escravo por nome Manoel

 

(segue assento de óbito de Manoel Angola sepultado no Adro da capela da Piedade do Rio Grande)

 

“E o outro defunto de que se pede certidão não se acha no livro que está em meu poder, passo na verdade de que passei esta”.

Vila de SJR, 1-2-1745

 

fls. 30v.

 

Termo de Declaração que fazem Lourenço Correa Sardinha e sua mulher Maria da Assunção de Moraes.

Data - 12 janeiro de 1745

Local: Vila de São João del Rei.

Presentes: - Lourenço Correa Sardinha e Maria da Assunção de Moraes, filha e genro de Antonio Vieira de Morais e sua mulher a falecida Ana Piares, moradores no Rio Grande, termo desta Vila.

 

- declarou que para se casarem recebeu de dote a quantia de dois mil cruzados em parte do preço de um sitio que eles compraram do dito casal pais e sogros.

Se abstinham por isso do restante da herança e se davam por satisfeitos com o dote.

 

FL 32v – AUTO DE PARTILHA – FILHOS

CARLOS, falecido (durante o inventário da mãe)

JOSÉ

FRANCISCO

ÂNGELA

 

Na partilha há pagamentos aos menores:

fls. 33v.: pagamento ao menor José.

fls. 34: pagamento ao menor Francisco

fls. 34: pagamento a menor Angela.

 

fls. 41

Diz Antonio Vieira de Morais que por ordem de Vm.ce foi citado para fiança a propriedade das legitimas maternas de seus filhos Jose, Francisco, e Angela (----)

 

fls. 48

Diz Mathias da Silveira, morador na Freguesia da Borda do Campo que ele se acha casado em facie eclezie com Angela Piares de Moraes, filha legitima e órfã menor e herdeira de Ana Pires (---)

 

fls. 49

Diz Antonio Vieira de Morais, pai e Tutor da órfã Angela que ficou por falecimento de sua mulher Ana Pires que ele suplicante pretende dar estado a dita órfã casando-a com Mathias da Silveira, homem branco e com capacidade suficiente e abundante de bens e livre de empenhos------

 

Fl 50 – Certidão de casamento

Aos dezoito de Agosto de mil setecentos e quarenta e nove na Capela de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande filial desta Matriz de Nossa Senhora do Pilar da Vila de São João D´El Rey feitas as denunciações de forma do Sagrado Concilio Tridentino sem descobrir impedimento algum como constava da provisão (....) Doutor Vigário da Vara desta Comarca José Sobral (....) em presença das (....) de Barros Capelão da dita Capela de licença do Reverendo Vigário Manoel Pinto Ribeiro, se casaram por palavras de presente Mathias da Silveira filho legítimo de José de Andrade já defunto e de Maria da Silveira natural e batizado na Freguesia de Nossa Senhora das Angustias da Ilha do Faial, Bispado de Angra, com ANGELA PIRES DE MORAES natural e batizada na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar filha legítima de ANTONIO VIEIRA DE MORAES e ANA PIRES, já defunta sendo presentes por testemunhas Antonio do Vale Ribeiro e Manoel Marinho e logo receberam as bênçãos na forma do Ritual Romano de que tudo fiz este assento que tudo tirei fielmente da sorte que nele continha.

Vila de São João, 3 de Outubro de 1749

 

Fl 58v – 5-10-1750

FRANCISCO PIRES com idade de 23 anos faz pedido de entrega de sua legítima.

 

 

ANTONIO VIEIRA DE MORAES

Processo Matrimonial

Notas de Regina Junqueira

 

ACMSP Códice 9-4-2, no filme 1154860 da Igreja Dos Santos dos Últimos Dias

Ano: 1620

 

3-11-1720

 

Diz Antº Vieira de Moraes natural desta Sidade de Sam Paullo filho do defunto Aº Vieira e de sua molher Franca de Macedo q elle supte quer cazar com Anna pires filha de Mathias de olivra e de sua molher Anna de Maraes como elle supte foi de menor idade pª as minas quer justificar (....) é solteiro e desimpedido e dá fiança (....) e portanto (pede sejam ouvidas as testemunhas)

 

TESTEMUNHAS

 

Francisco Pinheiro – casado e dos nobres, 33 anos, declarou que conheceu o suplicante e tratou muitas vezes com ele nas minas e conheceu seus pais e irmãos e parentes.

Antonio Pires Santiago, casado, dos nobres, disse que conheceu o suplicante nesta vila (São Paulo) ainda menino bem como a seus pais.

Antonio de Moraes de Aguiar, solteiro, dos nobres, 24 anos, disse ser parente do suplicante em 4º grau consanguineo.

Mathias de Oliveira, solteiro, 34/35 anos, disse que conheceu o suplicante menino, quando seus pais o levaram para as minas.

 

6-11-1720 – Termo de depósito que dá Antonio Vieira de Moraes de 20$000 (fiança para que apresente os banhos corridos em São João del Rei no prazo máximo de 6 meses)

 

CERTIDÃO

 

Doutor Domingos Luiz da Silva, Vigário da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar

 

Aos que presente esta minha carta de banhos em forma sem impedimento for apresentada (....)

Faço saber que a mim me foi apresentada uma certidão de banhos por mim (...)

Queriam casar Antonio Vieira de Moraes fº legitimo de Antº Vieira Dourado e de sua mer Francisca de Macedo naturaes de São Paulo e moradores que forão nesta Vila de São João del Rey, com Ana Pires fª legitima do Capitão Mathias de Olivra Lobo e de sua molher Ana de Moraes naturais e moradores da Cidade de São Paulo (...) sem impedimento algum (...)

 

(Nota:Antonio Vieira Dourado e Mathias de Oliveira são ambos citados como naturais de São Paulo, o que é bem provável, uma vez que em seu processo de banhos Antonio Vieira de Moraes deverá ter citado a naturalidade de seus pais. A naturalidade portuguesa de Antonio foi erroneamente estabelecida por algum genealogista com base em processo de um Antonio Vieira, português, solteiro em 1690 que não pode ser o marido de Francisca de Macedo, já casados em 18-11-1686, conforme se vê no inventário de Antonio Ribeiro de Moraes, DAESP vol 22, neste site)

 

Ao fim do processo há uma nota:

Cazou com a fª de Mathias de Oliveira depositou meia pataca (...) e apresentou seus banhos corridos antes do tempo e ficou entregue do 20$00 de seu depósito (...)